O PROTAGONISMO
Quem não consegue ser protagonista da sua própria vida está fadado a ser uma pessoa com dificuldades em conquistar espaços sociais e políticos. É preciso que assumamos as rédeas, tanto quanto possível, dos acontecimentos da nossa existência. Para tanto se faz necessário, antes de tudo, ser alguém que não se iniba a tomar atitudes, revelando-se proativo no seu modo de agir. Ao identificar suas necessidades, tomar-se de entusiasmo para torná-las realidade.
A palavra protagonismo tem origem grega: “protos” significando o principal, o primeiro, e “agon” representando dizer luta, empenho. Vale, então, a tradução para “lutar primeiro”, “empenho principal”. Sendo assim, devemos compreender que nunca deveremos perder a convicção da essencialidade de adotarmos posturas de protagonismo em tudo o que fazemos na vida.
Quando nos omitimos nas decisões que direcionam nosso viver, ficamos reféns de influências que podem não corresponder ao que desejamos ou precisamos. Passamos a ser coadjuvantes, auxiliares na efetivação das vontades de outros. Se o arbítrio for necessariamente uma manifestação de escolha coletiva, o protagonismo também se faz fundamental, de forma a que não nos deixemos ser dominados por orientações enganosas e criminosamente direcionadas para nos usar como massa de manobra. Daí a relevância da formação de juízo consciente, sensato, livre, independente, para a definição de posição quando integrante de um grupo responsável por deliberações que repercutam no contexto social.
A contemporaneidade brasileira, mais do que nunca, está a exigir esse protagonismo de cada um de nós. Não permitindo que os outros pensem e decidam por nós. Nas crises é muito natural que apareçam os propagadores de idéias e ações que, muitas vezes, refletem os interesses particulares ou de grupos, sem a preocupação com o coletivo. Se nos apressamos em definir juízos de valor na base da emoção ou do “modismo”, embalados por uma “onda” de conceituação ditada por aproveitadores da ocasião, corremos o risco de contribuir para o caos desejado por alguns.
O momento é de muita responsabilidade. Se não formos protagonistas da história, e permanecermos assumindo a posição de “liderados cegos”, continuaremos sendo cúmplices das mazelas que infelizmente vêm corroendo a cultura política de nosso país. Vale a pena refletir sobre isso, sem medo dos patrulhamentos ideológicos ou partidários, no sentido da afirmação de cidadania, dono de sua consciência política. Mas respeitando as divergências para que assim também seja respeitado o seu