Girassol

Faz-se lótus, que nasce em meio a tanta lama a mais rara flor, pureza de corpo e alma, rica em elegância e delicadeza. Símbolo que trás o forte significado, venerado por vários, de que não é necessário vir do lugar mais belo, linha tênue entre ter e ser. Marcada em linhas brancas sobre a pele pálida, lembrando sempre do quão forte, do quão belo, do quão único, feito marca de nascença, feito parte não imposta. Parece-me uma linda definição de alma, quando se usa uma figura de linguagem para que a junção de letras, formadora de palavras, tentasse ser capaz de definir algo tão imenso, resultando apenas em macro visualizações, genéricas, insuficientes. Já fui lótus. Adquiri a fortaleza, cresci, amadureci. Entendi o real significado de estar em meio à água e lama para ser rara e tão única. Já fui.

Hoje sou girassol. Talvez grande e cheio de si, mas sem mistério, sem surpresa, sem veneração. Tão simples. Quieto no seu canto, chamando atenção apenas por ser o que é, com significados para apenas aqueles que sabem ler nas entrelinhas, estas cheias de tanta paz e tanta calmaria, pois a única necessidade é ir de encontro á luz de quem sabe ser real. Não tão famoso, não tão escolhido, não tão especial. Mas tranquilo. Sem fardo de olhares que buscam algo a mais. O mais está guardado para aqueles que sabem pedir pela luz que tanto busco, que sabem enxergar o brilho de quem tanto olha para o sol. Astro rei, reflexo d’alma que apenas emana, porque já absorveu tanta felicidade. Sou eu, girassol.

Gabrielle Benatti
Enviado por Gabrielle Benatti em 15/12/2017
Código do texto: T6199522
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