Assembléia de Deus.
Mais de trezentas pessoas estavam para assistir ao culto daquela noite escaldante de calor, a banda se prepara, as cordas do violão são afinadas, a percussão e o baixo são testados para ver se o som está bom, o baterista ao fundo também verifica seu instrumento com fortes batidas.
O calor aumenta, o bigodinho de suor já se faz presente e a pizza debaixo do braço também, as mulheres estavam eufóricas dando adeus a chapinha, a maquiagem já estava ficando borrada!
Foi quando um enviado de Deus vem correndo abre o quadro elétrico e liga o ar condicionado central, o alívio foi imediato, foi como passar do purgatório ao paraíso.
Os diáconos já estão à postos, todos de gravata e paletó, o pregador da noite orava fervorosamente pedindo inspiração a Deus.
Já são 18:58 horas faltam dois minutos para o culto começar, mas aonde estava o pastor, a peça principal para iniciar a tão importante cerimónia?
Todos já olhavam para o relógio, pois não entendiam o motivo daquele atraso, pois já eram 19:10 horas e nada do pastor aparecer, os diáconos nervosos abriam a cortina discretamente e diziam algo para a pessoa que estava do outro lado que supostamente seria o pastor.
Um diácono que se destacava dos outros por ser anão, sai correndo se pendura na cortina e o varão desgruda da parede, o lilás escuro daquele tecido aveludado daquela enorme cortina contrastava com aquele pó branco que o pastor cheirava, isto mesmo, estava ele sentado numa mesa onde fazia as carreiras de cocaína para cheirar.
Ser desmascarado por trezentas pessoas não é fácil, todos horrorizados começam a gritar chamando o pastor que até então era um santo de demónio drogado.
A polícia foi acionada, ao chegar ao local pergunta porque que o pastor se drogava? E ele diz: Para aturar essa gentinha chata tenho que cheirar muita cocaína, essa realidade que vocês estão vendo aí não corresponde a minha.
Sou maluco beleza meu irmão e viva a Raul Seixas, viva a sociedade alternativa.
Foi algemado e levado para o presídio, este fato ocorreu no Acre.
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