UM INCAUTO SONHADOR
Às vezes, não passo de um incauto sonhador.
Fantasio o real.
Idealizo o surreal.
Devaneio pelo irreal.
Imagino o imaginável.
Espero pelo inesperável.
Sonho um sonho impossível.
Mas afinal, qual o problema de sonhar?
É divino. É maravilhoso. É prazeroso. É de graça.
Lava a alma. Mima o espírito. Nos enche de ânimo.
Então, fico me perguntando:
Se há tantas constelações e sistemas solares espalhados
pelo nosso Universo, será que não existe um planeta onde:
O amor prevaleça ao ódio;
A amizade impeça a intriga;
A alegria contagie a tristeza;
A humildade acanhe a vaidade;
A justiça condene a iniquidade;
A solidariedade espante a inveja;
A esperança afugente o ceticismo;
A honestidade aniquile a corrupção;
A sinceridade desmascare a mentira;
A generosidade desvaneça a avareza;
O caráter se sobreponha à indignidade?
Um mundo:
Sem fome.
Sem guerras.
Sem confrontos.
Sem prepotências.
Sem discriminações.
Com terras sem fronteiras.
Com trânsito sem acidentes.
Com saúde sem plano de saúde.
Com segurança sem armamentos.
Com identidades sem passaportes.
Que sejamos parceiros da mãe natureza.
Que a fraternidade gere uma só raça, um só povo.
Que as crenças sejam respeitadas e as opções toleradas.
Que a beleza seja espiritual e a feiura não passe de ilusão de ótica.
Que a cor da pele enfeite a humanidade, deixando-a mais bela e colorida.
Por fim, que tudo termine como nos filmes românticos de antigamente:
A mocinha encontra seu príncipe encantado.
Vivem felizes para sempre.
E o bem vence o mal.
Juro para vocês que,
quando morrer,
não quero ir para o céu,
quero ir para lá,
porque certamente ... lá é o céu.