A ESPOSA INEVITÁVEL

Morte: a companheira inevitável! A esposa da qual não há divórcio possível! Aquela que, ao menor descuido nosso, grita: "Ahã! Te peguei!". A que sempre nos recolhe no final da festa...

Aproveitando o dia "light" proporcionado pela comemoração do dia do professor, saí para resolver algumas coisinhas do cotidiano. Ao passar em frente a uma igreja, de lá saía um féretro (sim, ela não nos deixa esquecer que está sempre de olho em nós!). Peguei-me a pensar que eu não gostaria de protagonizar esse mesmo e prosaico ritual. Optaria, no mínimo, por uma cremação. Mas, se ela me pegar em Manaus, não terei essa escolha. Aqui não há forno crematório.

Meu desejo mesmo (e eu o confesso agora, por inteiro, para todos os meus amigos) é desaparecer, assim como o dr. Ulisses, cujo helicóptero caiu no mar e ele sumiu nas águas para sempre. Ou como o escritor, filósofo e aviador Antoine de Saint-Exupéry, que desapareceu nos Alpes com seu avião. Ou, ainda, como os sete astronautas da Challenger, que explodiram com sua nave nos céus da Flórida, segundos após decolarem de Cabo Canaveral, em 1986. Mas, em se tratando da dona morte, quem disse que temos escolha?

José Luiz Barbosa de Oliveira
Enviado por José Luiz Barbosa de Oliveira em 11/12/2017
Código do texto: T6196417
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