A CONVIVÊNCIA

Utilizo o pensamento, do filósofo espanhol Fernando Savater, para convidar os leitores a uma reflexão sobre a convivência. Ele diz: “Ninguém chega a se tornar humano se está sozinho. Nos fazemos humanos uns aos outros”. Isso representa dizer que o ato de agrupar-se é uma necessidade para a nossa sobrevivência. Entretanto, estar juntos não é o suficiente para alcançar esse estágio de bem estar social, conquistando numa ambiência harmoniosa as condições de superação das dificuldades do cotidiano. É preciso exercitar a arte de conviver, condição necessária para humanizar os relacionamentos.

A convivência pressupõe entendimento entre as pessoas, seja no recinto familiar, seja nos contatos profissionais, ou grupos sociais onde sequer os frequentadores se conheçam. Conviver é dialogar, discutir, interagir, sempre respeitando as diferenças e as limitações de cada um. Na convivência praticamos a paciência, a tolerância, a compreensão mútua, em nome de uma coexistência pacífica. Aprendemos a administrar conflitos e aceitar as divergências.

Na vida há circunstâncias em que nos vemos compulsoriamente levados a estabelecer convivências com pessoas que não escolhemos como companhias e que agem e pensam diferente de nós. È uma experiência extremamente desafiadora. Somos testados na nossa capacidade de relevar atitudes que nos desagradam, esquecer mal entendidos e compreender discordâncias.

Nenhum ser humano pode viver isolado. A socialização é condição necessária para se conduzir bem na vida. A convivência com os semelhantes é que oportuniza aprendizados e crescimento pessoal. As ajudas mútuas, a reciprocidade de ensinamentos, a união de forças, são resultantes das convivências, das relações interpessoais. Façamos então o melhor aproveitamento possível das nossas convivências, mesmo aquelas que nos causam dissabores e contrariedades, elas podem nos servir como lições de vida.

• Do livro “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.