CRÔNICAS CARIOCAS
Jorge Luiz da Silva Alves



     Dioguinho é o bicho: na folga, ele parte pros quinhentos e fecha o pedaço (do qual se acha dono) contra tudo que lho ameace. Mesmo na paz, ele ergue a clava bancando o macho e define terreno ao erguer a pata e urinar no perímetro traçado, feito cão de guerra. 
Essa noite, Dioguinho travou vovô Ferreira com um botijão de gás na ladeira do Tomate, e nem quis saber das idades do seuzinho: se não comprou no Fabiano, tá confiscado! E ainda peitou o idoso, que sequer saiu do lugar, e ouviu promessa de abuso da neta, no cuspir prepotência do estouvado. . . 
. . . e foi só isso que ouviu, pois o projétil entrou na têmpora de Dioguinho, abestalhado, avermelhado, abatido. 
Pois o bobalhão esquecera que, daquela distância, até vovô Ferreira (tiro-de-guerra em São Gonçalo nos anos cinquenta ) acertaria. Mesmo sendo um 22, fácil de levar no bermudão.


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Jorge Luiz da Silva Alves
Enviado por Jorge Luiz da Silva Alves em 07/12/2017
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