Dezembro

Dezembro mês das promessas e desejos, que tudo de ruim fique para trás, como se isso fosse possível, e que não deixa de ser um desejo, as promessas se multiplicam, os pedidos somam-se com aqueles que não foram concretizados, que pensando bem depois de um ano, eles nem eram tão importantes assim.

Dezembro mês da solidariedade para com os nossos irmãos, o sentimentalismo pelo mais carentes aflora, pelos mais humildes, os desafortunados e esquecidos pelos poderes públicos ou até pelos poderes divinos, e com a nossa presteza de ser solidário e patético, como se fossemos pagarmos por todos os pecados que se multiplicaram durante onze meses passados ou até por uma vida toda.

Dezembro mês dos inúmeros abraços e tapinhas nas costas, às vezes nem tantos assim, das promessas de perdões, dos sem números “feliz ano novo”, mas quando este chega, estaremos de novo na mesma luta, que na realidade parece que nunca saímos dela, estaremos invejando e sendo invejado, mal dizendo e sendo julgado, crucificando aqueles que autora, até então, desejará um feliz ano novo, mas sempre existirá outros dezembro. Quem garante?

Roberto Ornelas
Enviado por Roberto Ornelas em 06/12/2017
Código do texto: T6191685
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