Tempos que não voltam mais!

Vejo refletir na tela da imaginação, os saltitar, as corridas e os socos nos ares de tanta felicidade, os gritos, o pulsar que vem das arquibancadas parecem tão reais, tantas glórias vividas, mas encontro aqui sentado nessa cadeira. O corpo casando, deformado pelo tempo, levanto dirigido-me ao meu aposento, no cantinho todo empoeirado vejo aquele velho baú, retiro recortes de jornais, revistas, medalhas, sinto minha visão embaralhar, no túnel do tempo mergulho e não quero voltar, a realidade dói, sozinho estou aqui nesta casa, minha companheira Deus levou, meus filhos coitados estão dominados pela ilusão e a soberba de uma sociedade perversa, esqueceram de mim só você saudade não me esqueceu. Um dia o grande escritor e poeta Carlos Drummond de Andrade disse: "Não importa a distância que nos separam, se há um céu que nos une". Dou um soluço interior dizendo: " Querida abra o portão que cheguei!" No abrir dos olhos vejo que estou só.

Jova
Enviado por Jova em 05/12/2017
Reeditado em 05/12/2017
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