Introspecção
Minh'alma, por ser livre, sonha.
Mergulha no passado, rever acontecimentos desta ou de anteriores vidas.
Vejo uma tela mental a me refazer passos... momentos tristes e alegres.
Nesses sonhos, tenho olhos esperançosos de uma criança e uma cabeça esbranquiçada, traduzindo a experiência.
Revejo realizações, lugares e ruas por onde andei. Nítidos arquivos da minha memória, cuidadosamente guardados, ajudando-me lembrar de que ainda existo ou subsisto.
Revitalizo-me. O diário interior me aviva as recordações dos dias vividos.
O amadurecimento ainda não me roubou a memória. Daqui a alguns anos, embora não parecendo útil, irei contar, em voz fraca, que a distância, não é vencida por pernas firmes; que o tempo pode explicar o significado de tantas coisas.
Olho, através do retrovisor, que quase esqueci de mim mesmo. Hoje, não me alimento de expectativas. Reflito que a morte não destrói afetos.
Mesmo com o abandono dos corpos, os amores profundos se perpetuam.
Não! Nunca ninguém estará sozinho. Feche os olhos e sinta um beijo amoroso na sua face.
Agradeça a Deus pela dádiva do reencontro.
Mas ainda faço planos. Não só imagino como acredito que o futuro, assim como a vida, muda em um piscar de olhos.
Procuro a evolução. Tento, paulatinamente, o autoconhecimento. Dei adeus às fissuras morais, tirando proveito das constantes comparações do passado com presente, visando o aprimoramento futuro.
Meu olhar jamais foi invisível à dor alheia pois, sei que posso candidatar-me a ela.
Tenho a fraqueza de não conter os impulsos do meu coração. Gosto porque utilizo possibilidades, vivendo a intensidade destes meus regressivos anos.
Fui reencontrado pelos fios do meu pensamento; fui reavaliado pelos desafios da minha mente; fui redescoberto na intimidade, através dos labirintos do meu coração.