Explicando o que Faz Tempo que Descobri
O pintor e escultor francês Georges Braque, um dos mentores do Cubismo junto com Picasso, afirmou que: “Temos de nos contentar em descobrir, abstendo-nos de explicar”.
Eis meu adágio no dia-a-dia. Hoje, porém, de modo distinto não rejeitarei em elucidar o que descobri faz tempo.
Com claras razões, adiante revelo a descoberta que me conduz a produzir - já há vinte anos - em maquete sempre inédita, uma Cidade do Natal, com colorido especial, cheia de atrações encantadoras, desde figuras exclusivas até luzes especiais.
O objetivo é criar uma condição sui generis de ilusionismo para grifar no inconsciente dos familiares e amigos o adequado sentido da celebração natalina.
Favorecidos pelos cenários ricos em alegria - dispostos em todas as partes da vila imaginária de modelo reduzido - em união e com excitação, lentamente desvendamos a própria razão de estarmos reunidos.
Precipuamente, não raro, nessa reflexão se pode também descobrir a si mesmo.
Na verdade, trata-se de uma desconstrução do Natal comercial, a pedra no sapato do cristão, que atrai astuciosamente e reduz a quase nada o Natal religioso.
Nada obstante, a partir da alegre visão da maquete, marchamos e abordamos outra representação: O Presépio. Distintamente armado ao lado da vila - em lugar de destaque na casa – destina-se a receber olhares diferentes.
Uma das aspirações, pois, é produzir artisticamente - segundo assim considero - um movimento imaginativo, sem repressões, sem conspirações, direcionado a trazer pessoas, por livre arbítrio, para a comemoração do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sim, é esse livre arbítrio que o movimento deseja despertar, para que cada visitante escolha celebrar Jesus ao invés de Noel. Eis a minha descoberta.
Entenda-se que a escolha nessa passagem refere-se àquilo que é bom aos olhos de Deus, não do homem. Não é mal montar árvores e outras decorações natalinas, trocar presentes, colocar roupa nova, nem se divertir com Papai Noel e seu Ho, Ho, Ho! ...Contudo, o verdadeiro sentimento é comemorar o nascimento de Jesus, o filho de Deus.
Chegamos aos pés da Sagrada Família no diorama do nascimento de Jesus. A partir daí nossos corações se enchem de amor e de alegria e se achega à alma uma envolvente emoção.
Começamos então a celebrar de fato o Dia do Natal.
Ali nos é revelado pelo poder dos céus, que nossa reunião nesse episódio se concretiza em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo e nos desponta como família de Deus. Filhos e filhas amados, em torno da mesa, celebrando a vida que nasce com Jesus, cujo anúncio fixa os olhos para a paz e para a promessa divina.
Jesus disse: “Em verdade vos digo que, qualquer um que não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ante a manjedoura, mirando a face do Menino-Deus envolto em humildes panos, seus pais, os animais e os reis magos, preenche-se o vazio dos nossos pobres corações e voltam-nos as cores prometidas às almas, pintando a aquarela que agrada a Deus, mesmo que aqui na terra não se possa vê-la.
Motivados pela projeção do passado em nossas mentes, sem precisar olhar para trás e não condicionados ao presente, sentimo-nos crianças novamente, tudo diante do presépio.
Nesse tempo, quando mais fortemente declaramos que Deus Está Conosco, importa revisitar a divindade presente em todos e conferir que o mundo tem jeito.
No propósito, é momento de pensar como estamos vivendo e ratificar nossa crença em Deus; é momento de semear ainda mais o perdão; procurar os laços de amizades perdidos e lançar um olhar de misericórdia sobre o horizonte.
Nesses dias, penduremos nossas agruras nas árvores pelos caminhos. Esqueçamos nossos estresses nas valetas das ruas. Deixemos o rancor onde possamos esquece-los na volta. Acabemos com a dispersão pelos preconceitos e pelas perseguições. Unamo-nos com a verdade, com a vida em com o caminho em Cristo.
Prestemos atenção aos conselhos divinos que são sussurrados aos nossos ouvidos. Escutemos a voz do coração, ela vem do Espírito Santo que habita em nós e tudo nos levará até a catedral do sossego, da concórdia e do bom senso essencial.
Assim, cuido ter explicado o meu pacto, quando o calendário anualmente chega ao fim, de remontar um pequeno mundo cheio de fé e emoção.
Como se observa, não é só para encher as vistas com pisca-piscas e trenzinhos cortando cidades imaginárias, isso seria péssimo. É tudo para que a ação vinda de nós - o crer em Jesus Cristo - aconteça.
Pela fé, chega-se a luz, com a luz, espalha-se o amor. Com o amor, semeia-se sentimentos nobres nos corações. Com a semente, planta-se vínculos de afeição, grandeza d'alma, afago, vigilância para com todos.
A esperança de todo cristão é que o espírito natalino dure durante todo o novo ano e, quiçá, para a eternidade.
Então está explicado.