Nojo da Vida Frágil

Você é igual eu? Tem nojo da vida?

A maioria das pessoas que conheço têm nojo da vida e nem se deram conta.

Como assim? É bem simples.

Sabe aqueles insetinhos que parece que logo vão quebrar seu corpo e soltar alguma gosma pegajosa e pastosa, viscosa e que não deve cheirar bem? Que sabemos que podemos esmagá-los quando bem entendermos com o peso de um dedo? Que, ao fazermos isso, podemos ouvir algum estalo, e voilà... está morto?

Pois é. Quando eles se mexem, eles estão vivos. Aqueles movimentos de perninhas, movimentos de asinhas, de antenas e mandíbulas, aquilo tudo... é vida!

Mas tem gente que não pode ver uma vida e já tem vontade de tirá-la. Não sei, é do ser humano, esse ser egoísta e sem escrúpulos. Acho que ele só está manifestando seu caráter nojento mesmo de querer acabar com tudo o que tem vitalidade e fazer toda a vida organizada de um organismo virar uma pasta orgânica. Que não cresce, não vive, não se alimenta, não respira. É do ser humano querer ver sangue, até de inseto, aquela pasta branca que dava vida a ele. É do ser humano querer destruir tudo mesmo, até os mínimos seres. Se destroem um ser forte e inofensivo, dizem que é por necessidade, para alimentação, vestuário etc.; se é forte e perigoso, dizem que é para proteção, mas na verdade é por esporte; se é um ser frágil e nocivo, dizem que é para proteção, mas na verdade é pelo gosto de matar mesmo, pois há outros meios (e baratos) de se fazer isso, só precisa de criatividade (mas o ser humano é burro, sem querer ofender os nobres animais); e se é um ser frágil e que não representa nenhum risco à vida e integridade do ser humano, justificam pelo nojo.

Ora, aquele animalzinho não está lá para desfilar para você não. Se tem nojo e não quer vê-lo, você que se retire do lugar ou toque-o para longe. Matá-lo é tomar medida desproporcional. Incômodo x morte. Já pensou se Deus se utilizasse dessa mesma medida para conosco? Ser humano, seja mais equilibrado! E ainda se julga o topo da cadeia alimentar, sendo que está no mesmo nível trófico de porcos e anchovas.

Não importa o qual frágil ou o quão forte uma vida seja. Se não for vida humana, o ser humano se encarrega de exterminá-la.

Esse é o ser humano: coexistindo com a natureza (egoísta).

Às vezes também tenho nojo de alguns seres humanos. Mas não saio matando todos. Que eu me lembre. Porque eles têm o direito de serem nojentos. E você tem que respeitar a vida, não tem nem a obrigação de assisti-los, pois eles não são espetáculo, apenas deixe-os. Eles vivem para si, para se viverem.