Sobral – 1919 – A teoria MC ao quadrado deu o que falar!
1919 foi um ano comum do século XX do atual Calendário Gregoriano, da Era de Cristo, teve início a uma quarta-feira e terminou também a uma quarta-feira.
Mas em Sobral esse ano marcou como o ano do Fim do Mundo!
Netos e bisnetos dos avôs, Bisavós, que viveram naquela época, em que os jornais anunciam o Eclipse, há que afirme de pé junto que o mundo iria acabar. Eram “estórias” de causar arrepios e pelo que consta, nem Nostradamus chegou a prever tal profecia.
Lisse, bisneta do Senhor Estácio do Socorro, nos contou: -
Meu bisavô ainda quando vivo dizia que naquele dia rezou muito, pois aquilo era um sinal do fim do mundo. E dizia com orgulho que impediu a tragédia jogando água benta nos quatro cantos da cidade.
Margarida, disse que sua bisavó se preparou como se estivessem proclamando uma guerra. Trouxe um arsenal de coisas para dentro de casa para se proteger. Espada de São Jorge, Sal Grosso, galho de arruda nas duas orelhas, colocou um dedo de figa de dois metros no centro da sala, fechou as janelas e passou o dia de joelhos de olhos arregalados no Santo da salvação das almas. Santo Eugênio.
Outros contaram que os frangos deixaram as gôndolas vazias?! Dizem que pegaram dois homens rolando pelo chão em briga pela cabeça de um fósforo, pois as velas, nem para velório sobraram!
Outros faziam fila na banca do Bicho do seu Zé e diziam: - Hoje é 19! É Lobo na cabeça!
Na Praça central havia um Pastor aos gritos dizendo uma frase dos Engenheiros do Hawaii: - Já vi o fim do mundo algumas vezes e na manhã seguinte estava tudo bem.
Outro menos céticos corriam as sacolinhas próximos dos fiéis e pediam moedas, alegando que era para jogar no Rio para mudar a sorte.
O certo é que depois de tanto fuzuê que causou o Eclipse, o PIB da cidade subiu 100%!
Essa é uma Crônica em homenagem aos grandes e amados sobralenses. Em especial ao amigo Antonio Carlos Belchior, que talvez escreveria com todo seu humor mais algumas linhas.