Imagem da Web (as bonitezas do peixinho).
_____________O Peixinho Arquiteto
Andei lendo sobre o peixe arquiteto e, segundo consta, ele é um peixinho simples, mas, embora pequenino, faz um trabalho incrível no fundo do mar. O danado do bichinho é esperto, e sinceramente é até difícil acreditar na obra maravilhosa que é capaz de produzir.
Pelo trabalho do fotógrafo marítimo japonês, Yoji Ookata, foi possível descobrir a autoria das magníficas esculturas encontradas em profundezas oceânicas, que deixavam intrigados os mergulhadores e frequentadores daqueles territórios: maravilhosas mandalas, num traçado perfeito, com chance de se equipararem ao trabalho de um exímio arquiteto. Tudo desenhado nas areias, onde o peixinho não economiza em arte e criatividade.
O fotógrafo, em seus mergulhos, e movido pela curiosidade, resolveu instalar câmeras para melhor registrar a origem de tão insólitas esculturas. Não deu outra: flagrou o minúsculo peixinho pondo em prática a genial construção e, enfim, pôde-se desvendar o que inicialmente foi chamado do círculo do mistério.
Mas creio que boa parte de mistério ainda permanece. E este fica por conta do que a gente, nem tentando demais, consegue explicar. Como é que um simples peixinho do fundo do mar pode deter habilidade, a um só tempo, tão natural e grandiosa? Desafio para a imaginação, uma vez que tal fenômeno nos foge totalmente à compreensão. E qual é a finalidade da magnífica mandala? Atrair a fêmea para o acasalamento e posteriormente proteger a prole. Não é bonito, isso? Não só bonito, mas também sensacional. Afinal, todo o mistério envolvido na insólita obra, que chegou a ser interpretada como sinais extraterrestres, está ligado simplesmente a uma forma de ambientar encontros de amor e o surgimento de novos habitantes das águas marinhas. Não é magnífico?
O que pensar a partir das descobertas sobre o peixe arquiteto? — aliás, também apelidado de peixinho do Niemayer. Numa visão romantizada, o arquiteto de escamas prepara o cenário com amor, carinho e extrema dedicação para acolher a escolhida do seu coração. Para isso, se põe a trabalhar exaustivamente dia e noite, usando apenas as ferramentas de que dispõe — uma barbatana e a habilidade de soprar — para esculpir vales e montes na areia, numa impressionante perfeição de formas: tudo para que a amada sinta-se atraída. O que faz o nosso esperto peixinho? Nada mais, nada menos que investir no tão necessário, e talvez tão esquecido, jogo da conquista.
Ter notícias de um pré-encontro amoroso nesses moldes, em tempos de amores tão banalizados é cada vez mais incomum, pois o tão importante e encantador jogo da conquista anda sumido. Sim! Anda meio morto e decadente o encantamento do amor. A sala enfeitada, a música ambiente, o vinho gelando, o perfume no ar... Onde estão? A conversa, as palavras gentis, a delicadeza, a elegância no tratar, onde ficaram? Não são também essenciais essas formas de atrair os escolhidos do coração? Mas tudo ficou tão demodê — inclusive a palavra demodê. Pena que se deixe morrer esse lado bonito do amor. Pena que as pessoas, ditas tão sábias, não saibam aprender com os animais, coisas eternamente importantes. E até um peixinho do fundo do mar tem tanto a nos ensinar... Ah, se tem!
Pelo trabalho do fotógrafo marítimo japonês, Yoji Ookata, foi possível descobrir a autoria das magníficas esculturas encontradas em profundezas oceânicas, que deixavam intrigados os mergulhadores e frequentadores daqueles territórios: maravilhosas mandalas, num traçado perfeito, com chance de se equipararem ao trabalho de um exímio arquiteto. Tudo desenhado nas areias, onde o peixinho não economiza em arte e criatividade.
O fotógrafo, em seus mergulhos, e movido pela curiosidade, resolveu instalar câmeras para melhor registrar a origem de tão insólitas esculturas. Não deu outra: flagrou o minúsculo peixinho pondo em prática a genial construção e, enfim, pôde-se desvendar o que inicialmente foi chamado do círculo do mistério.
Mas creio que boa parte de mistério ainda permanece. E este fica por conta do que a gente, nem tentando demais, consegue explicar. Como é que um simples peixinho do fundo do mar pode deter habilidade, a um só tempo, tão natural e grandiosa? Desafio para a imaginação, uma vez que tal fenômeno nos foge totalmente à compreensão. E qual é a finalidade da magnífica mandala? Atrair a fêmea para o acasalamento e posteriormente proteger a prole. Não é bonito, isso? Não só bonito, mas também sensacional. Afinal, todo o mistério envolvido na insólita obra, que chegou a ser interpretada como sinais extraterrestres, está ligado simplesmente a uma forma de ambientar encontros de amor e o surgimento de novos habitantes das águas marinhas. Não é magnífico?
O que pensar a partir das descobertas sobre o peixe arquiteto? — aliás, também apelidado de peixinho do Niemayer. Numa visão romantizada, o arquiteto de escamas prepara o cenário com amor, carinho e extrema dedicação para acolher a escolhida do seu coração. Para isso, se põe a trabalhar exaustivamente dia e noite, usando apenas as ferramentas de que dispõe — uma barbatana e a habilidade de soprar — para esculpir vales e montes na areia, numa impressionante perfeição de formas: tudo para que a amada sinta-se atraída. O que faz o nosso esperto peixinho? Nada mais, nada menos que investir no tão necessário, e talvez tão esquecido, jogo da conquista.
Ter notícias de um pré-encontro amoroso nesses moldes, em tempos de amores tão banalizados é cada vez mais incomum, pois o tão importante e encantador jogo da conquista anda sumido. Sim! Anda meio morto e decadente o encantamento do amor. A sala enfeitada, a música ambiente, o vinho gelando, o perfume no ar... Onde estão? A conversa, as palavras gentis, a delicadeza, a elegância no tratar, onde ficaram? Não são também essenciais essas formas de atrair os escolhidos do coração? Mas tudo ficou tão demodê — inclusive a palavra demodê. Pena que se deixe morrer esse lado bonito do amor. Pena que as pessoas, ditas tão sábias, não saibam aprender com os animais, coisas eternamente importantes. E até um peixinho do fundo do mar tem tanto a nos ensinar... Ah, se tem!