As águas do rio Tahuá
Rodrigues de Carvalho nasceu em 18 de dezembro de 1867, num pequeno lugarejo chamado Tahuá, hoje Alagoinha, ambos povoados então pertencentes ao Município de Guarabira. Nascia esse notável paraibano, notável
guarabirense, convivendo com as águas abrigadas pelo leito do rio Tauhá. O rio era o seu mundo: Sua escola, seu lazer, seu divertimento, seus encantos; servia-lhe de banho para escapar do tracejado quartinho de fundo de quintal, com água tirada de um tacho por uma cuia de cabaço. O sabão era o mesmo com que se lavava roupa numa das pedras, reunindo lavadeiras na margem esquerda do rio. Espumas enfeitavam a transparente correnteza, mas sem poluí-la, como se fossem flocos cor de neve...
Em semelhantes circunstâncias, exceto em relação ao tempo e à idade, também nasceu seu conterrâneo, o esclarecido José Fernandes, hoje juiz federal aposentado, amante daqueles sítios por onde, diz ele, ainda correm as águas do Rio Tahuá. Narrou-me, dias atrás, como se fosse um conto, sua derradeira visitação àquelas reminiscências tahuenses: "Tirei o paletó e, em roupa de banho, mergulhei naquela água cristalina, fria , bebível, de doces lembranças, como se estivesse sendo rebatizado".
Enquanto presidente do seu "Centro de Estudos Jurídicos e Sociais - CEJUS", Zé Fernandes promoveu uma série de valiosas conferências comemorativas ao Sesquicentenário de José Rodrigues de Carvalho, durante este ano de 2017 que se finda. Publicará, nesse 15 de dezembro, livro, das palestras de vários membros da Academia Paraibana de Letras, onde Rodrigues de Carvalho é um dos patronos.
Havia razões para o reencontro desses dois josés. Ambos, ilustres homens das letras, advogados, chamados de "zé"; banharam-se e brincaram nas águas do mesmo rio; aventuraram-se nos tempos de cheia, apostando proezas de menino, virando "bunda-canastra" ao saltarem da pedra mais alta, na margem direita. Tenho perguntado a guarabirenses da família se conhecem tal rio. Uns dizem que "sim ", outros, que "não", ou que "por lá, não passa mais água, como antes, já deve estar seco". Mas, José Fernandes, que me incentiva a admirar aquela natureza, reafirma que, ainda hoje, resistindo à falta de chuva, corre caudalosamente o emblemático rio Tahuá, à procura do mar, descendo pelos contrafortes da Serra da Borborema.
Rodrigues de Carvalho nasceu em 18 de dezembro de 1867, num pequeno lugarejo chamado Tahuá, hoje Alagoinha, ambos povoados então pertencentes ao Município de Guarabira. Nascia esse notável paraibano, notável
guarabirense, convivendo com as águas abrigadas pelo leito do rio Tauhá. O rio era o seu mundo: Sua escola, seu lazer, seu divertimento, seus encantos; servia-lhe de banho para escapar do tracejado quartinho de fundo de quintal, com água tirada de um tacho por uma cuia de cabaço. O sabão era o mesmo com que se lavava roupa numa das pedras, reunindo lavadeiras na margem esquerda do rio. Espumas enfeitavam a transparente correnteza, mas sem poluí-la, como se fossem flocos cor de neve...
Em semelhantes circunstâncias, exceto em relação ao tempo e à idade, também nasceu seu conterrâneo, o esclarecido José Fernandes, hoje juiz federal aposentado, amante daqueles sítios por onde, diz ele, ainda correm as águas do Rio Tahuá. Narrou-me, dias atrás, como se fosse um conto, sua derradeira visitação àquelas reminiscências tahuenses: "Tirei o paletó e, em roupa de banho, mergulhei naquela água cristalina, fria , bebível, de doces lembranças, como se estivesse sendo rebatizado".
Enquanto presidente do seu "Centro de Estudos Jurídicos e Sociais - CEJUS", Zé Fernandes promoveu uma série de valiosas conferências comemorativas ao Sesquicentenário de José Rodrigues de Carvalho, durante este ano de 2017 que se finda. Publicará, nesse 15 de dezembro, livro, das palestras de vários membros da Academia Paraibana de Letras, onde Rodrigues de Carvalho é um dos patronos.
Havia razões para o reencontro desses dois josés. Ambos, ilustres homens das letras, advogados, chamados de "zé"; banharam-se e brincaram nas águas do mesmo rio; aventuraram-se nos tempos de cheia, apostando proezas de menino, virando "bunda-canastra" ao saltarem da pedra mais alta, na margem direita. Tenho perguntado a guarabirenses da família se conhecem tal rio. Uns dizem que "sim ", outros, que "não", ou que "por lá, não passa mais água, como antes, já deve estar seco". Mas, José Fernandes, que me incentiva a admirar aquela natureza, reafirma que, ainda hoje, resistindo à falta de chuva, corre caudalosamente o emblemático rio Tahuá, à procura do mar, descendo pelos contrafortes da Serra da Borborema.