Entrevistas de emprego

Quantos macetes serão “necessários” ao candidato para ser bem avaliado pelo entrevistador? Existe uma enxurrada de informações a respeito (inclusive a autenticidade, que expõe, sem dúvidas, a pessoa a todas as variáveis próprias da interação entre as partes). Na verdade esse momento tem um confronto principal considerado o único: o interesse do empregador em um candidato mais qualificado para o cargo e o do candidato fazendo o que puder para sê-lo. Isso transforma o entrevistador em um deus da sabedoria e o entrevistado num réu pacato, rebelde ou astuto. Essa crua realidade acirra o engendramento de posturas desde o ar de indiferença elegante do primeiro ao gestual programado do segundo, já que o corpo fala*. Nos idos dos anos 70s, tive a sorte de, do alto da ingenuidade pós-adolescente, ser entrevistado por um sociólogo maluco e genial que tinha a inteligência emocional* à flor da pele. Não deu outra: seu lado maluco me escolheu! Mas nesse mundo imediatista e atropelador o que realmente importa é a política de resultados para os dois lados, e aí, tudo pode acontecer: de um lado o preenchimento, geralmente urgente, da vaga e do outro a velha e boa sobrevivência. Em nome desses objetivos algumas ortodoxias são flexibilizadas com dobradinhas como salário abaixo do cargo como “precaução” versus currículos “robustecidos” pela presunção. Esse jogo sutil de bases movediças permeia o clima de grande parte das entrevistas, batizando a relação com o que haveria de vir daí pra frente não importando realmente para que posição do organograma a seleção está sendo feita.
 
* - O corpo fala - Livro de Pierre Weil e Roland Tompakow
* - (Inteligência emocional) - Tema de vários trabalhos de autores diferentes.