Sem hipocrisia: não é sobre hiperssexualização da criança
Não concordo a hiperssexualização mostrada no vídeo em que um garoto de 13 anos aparece beijando outro menino, de idade desconhecida, e ambos aplaudidos aos cânticos com letras que fazem apologia à pornografia. Fato é que isso se encaixa numa realidade existente na vida de muitas crianças Brasil afora.
O engraçado é que só é "ideologia de gênero" quando os protagonistas são homossexuais, do contrário, cujas ocorrências são de maioria masculina, a criança é o macho da casa, pegador de mulher, entre outros adjetivos machistas que são reproduzidos no imaginário da família tradicional brasileira.
Eu mesmo, quando criança, fui exposto a "n" situação vexatórias nesse sentido, inclusive com sessões de filmes pornôs com os meus primos e amigos deles, todos maiores de idade, por conta das minhas características afeminadas. Devido ao machismo, era obrigação minha continuar sob aquela tortura, já que ninguém queria uma mancha na masculinidade da família Santos.
Quando se trata dos LGBTs, logo surgem as fobias disfarçadas de valores em prol da família. Mas ninguém se mobiliza contra a promoção de romances infantis em telenovelas, séries, animações das mídias tradicionais. Desde que não seja gay, pobre, funkeiro, preto e favelado, nunca haverá militância dos bate panelas a respeito, até porque tal idealização do amor deles está dentro da "normalidade" sexual.
E eu queria muito, na minha pré-adolescência, ter um namoradinho, bem como os meus amigos héteros, de mesma faixa etária, tinham suas namoradas e não eram condenados, muito menos "vítimas da ideologia de gênero".