As ferrovias
As ferrovias
No século XIX houve um boom nos empreendimentos ferroviários por todo o mundo. Aqui no Brasil também. Porém em todos os países que hoje tem uma rede moderna de transporte ferroviário foram os que aproveitaram aquele momento e através da iniciativa privada expandiram suas necessidades de transporte de pessoas e cargas, e no decorrer das décadas as linhas foram modernizadas e muitas delas duplicadas para atender as demandas.
Aqui no Brasil não existiu este interesse dos governantes em expandir nossa demanda por transporte barato. Hoje sofremos com os altos custos dos transportes rodoviários incluídos nos produtos que compramos. Vamos colocar o exemplo da Itália, um país que na mesma época das construções de suas malhas ferroviárias ainda era um país dividido em vários reinos e havia guerras entre as monarquias. Quando em 1871, foi finalmente unificada a sua malha ferroviária já tinha o desenho bem próximo do que é hoje, exceto pelas modernizações que sofreu ao longo das décadas. Foi até um facilitador para aqueles emigrantes que saiam de suas terras por quase toda a Itália e que para embarcar precisavam chegar até Gênova que era o principal porto de embarque. Muitas de nossas famílias, descendentes de imigrantes italianos pode ter certeza que seus antepassados cruzaram os vales a bordo de um trem rumo a Gênova como primeira etapa da grande viajem para cruzar o Atlântico. Outro fato interessante foi que durante a segunda grande guerra muitas destas linhas e estações foram destruídas na campanha de frear as tentativas dos alemães de fazer chegar suprimentos a seu exercito na linha de frente italiana. E no pós-guerra estes trechos foram rapidamente recuperados.
Aqui no Brasil, os poucos trechos de ferrovia que tínhamos foram aos pouco abandonados e muitas das vezes até completamente erradicados, trilhos arrancados ou sepultados em camadas de paralelepípedos e asfaltos. Estações ferroviárias centenárias viraram shopping, farmácia, açougues, só Deus sabe lá o que mais...
Como poderíamos recuperar mais de cento e cinquenta anos de atraso social, causado por este erro. O nosso prejuízo é incalculável.
Vamos lá minha gente, acordem!