O ABRAÇO

É muito comum nos despedirmos numa comunicação escrita ou quando estamos falando com alguém à distância, enviando um abraço. Fazemos isso porque entendemos a importância desse gesto simples representando atenção, afeto, consideração.

O abraço, em todas as circunstâncias, tem um efeito terapêutico. É uma atitude carregada de sentimentos e emoções. Compartilha alegrias, comemora solidariamente as conquistas, festeja os acontecimentos felizes. Mas também transmite conforto nos instantes de dor, sofrimento, decepções, tristezas. O abraço, na manifestação sincera e espontânea, traz uma carga de amor fraterno, com poderes de transformação no nosso estado de espírito. Após um abraço sentimo-nos outro. Através dele percebemos que não estamos sós, nem nas ocasiões de contentamento, nem, e principalmente, nas situações de dificuldades e desânimo.

Estou refletindo sobre o abraço afetivo, cheio de sentimento, não o que se dá por convenção social, frio, formal, numa saudação de chegada ou de despedida em encontros fortuitos. Quero falar do abraço que traz intensidade no encontro de corpos. O enlaçamento dos braços entre duas pessoas que se gostam, configura-se uma comunicação íntima de carinho, de respeito, de comunhão de sentimentos.

Não é de se estranhar que as relações sexuais se iniciem com um abraço, porque é o momento em que o amor, a paixão sentida um pelo outro, desperta a libido, potencializa os desejos, constrói o ritual dos prazeres da sensualidade. No abraço de enamorados tem que ter “pegada”, química, toque mágico de pele.

O abraço, portanto, só nos faz bem, tanto quando oferecemos, quanto ao recebê-lo. Não há forma mais afirmativa de expor companheirismo, cumplicidade, adesão, aconchego, conforto, proteção, do que o ato de abraçar alguém.

• Integra a série de crônicas do livro “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES

Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 20/11/2017
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