ESTAMOS FICANDO PARANOICOS?

Airon, um jovem cheio de energia, sabe que precisa gastá-la, então pega a corda de uns três metros e oferece-a a quem estiver por perto, tão logo a vítima agarra-a, ele começa a puxar e dar solavancos, assim arrasta qualquer um e muito antes dele perder suas calorias, quem esta segurando a outra ponta, se não agarrou-se na grade, já esborrachou-se no chão.

Ele até aceita o convite para parar de brincar, desde que seja cumprido o ritual de mandar-lhe sentar e soltar a corda, mas depois dá um pulo e com as duas patas dianteiras, acerta as costar da gente, se a retirada for descuidada.

Ontem não foi diferente, então corri e ao alcançá-lo, encurralei-o no canto do sofá e bati violentamente.

Do outro lado da rua, um casal passeava com seu cachorro de estimação, como fazem quase que diariamente na mesma faixa de tempo, olhou-me ameaçadoramente. Logo percebi que eles pensaram que eu havia batido no Airon, pois concomitantemente com o ruido da pancada no sofá, eu gritei e agora o que vais fazer?

Claro que ele assustou-se, mas como eu já havia soltado a corda no braço do sofá, ele pulou no meu braço. Dois sem vergonhas, ele e eu.

Os pouco mais de 20 metros que nos separavam dos espectadores, aflitos, permitiram que eles ouvissem quando disse que havia batido no sofá, mas não adiantou, pois saíram resmungando.

Tenho que tomar mais cuidado, seguidamente dou uma varada no sofá, coisa que não imprime respeito no Airon e ainda pode render-me a fama de maluco. Deus me livre, de maluco seria um passo para que alguém pedisse a minha interdição.

Será?

- Quem dúvida é louco (adágio popular que nos ronda)?

Enfim, não devo arriscar.

A pouco tive um novo surto, a vinheta do Domingo Maior, fez-me desligar a televisão, pois aquela musiquinha chata, lembrou-me dos quase 200 domingos de minha vida, que, como a gata borralheira, devíamos nos recolher ao internato da academia militar.

Novamente outro surto, tenho que dormir, pois cedito devo partir para o trabalho.

Mesmo não remunerado diretamente, apraz-me, enquanto milhões não conseguem um.

Ainda bem que, de tantas desgraças que perambulam por ai, a da insônia, passa-me bem longe!

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 20/11/2017
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