O HEROISMO

Todos nós protagonizamos histórias de heroísmo em nossas vidas. As ações heróicas estão no cotidiano de cada um. O enfrentamento do mundo real, no desafio das dificuldades e dos atropelos da vida, faz com que revelemos o herói existente no nosso interior. Ele nos encoraja e nos faz ter a capacidade de superar problemas.

São os heróis anônimos, aqueles que não são reconhecidos, nem reverenciados, mas merecedores de admiração pela coragem, arrojo e bravura com que encaram as vicissitudes da vida. Eles se fazem presentes principalmente nas camadas mais pobres da população, pressionados pelas complicações sociais e econômicas que lhes são impostas. Na luta pela sobrevivência praticam ações extraordinárias, superando o medo, vencendo situações penosas e de apuro, não se intimidando com a necessidade de fazer aquilo que pode ser considerado difícil, árduo, trabalhoso. É aquela velha estória de que é preciso vencer a vida, matando um leão a cada dia.

O heroísmo a que estamos acostumados a aclamar é o que nasce de fantasias e da mitificação de feitos interpretados como excepcionais, fugindo da normalidade. Muitas vezes são ídolos de barro, produzidos por exageradas informações de atitudes incomuns aos olhos da maioria, e, por isso, cultuados como grandes heróis. O verdadeiro heroísmo, demonstrado por ações com motivações moralmente justas, conduzem seus admiradores a adota-lo como modelo de comportamento.

Esquecemos então de observar os heróis que estão à nossa volta. Ignoramos o heroísmo exercido por pessoas a quem não prestamos atenção, mas que se dedicam à realização diária de façanhas com impressionante valentia, objetivando garantir a própria subsistência e a dos que estão sob a responsabilidade de sua provisão e proteção. O heroísmo que não conseguimos enxergar na convivência cotidiana, é impulsionado por sonhos, desejos, projetos. É nessa postura heróica que muita gente adquire condições de assegurar uma dignidade de vida. Olhemos com mais cuidado o que acontece ao nosso lado, e aí identificaremos muitos heróis que vivem no anonimato. Aprendamos a respeitá-los e considerá-los como tais.

• Integra a série de crônicas do livro “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.

Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 18/11/2017
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