O último jantar
Na mesa da despedida, certamente, a solidão, esta velha companheira, se acomodará frente a frente comigo, dialogando, em tom calmo e sutil, sobre as ações e contradições da minha passagem terrestre.
Refletiremos, na antessala da espiritualidade, sobre a minha parcela de contribuição para o aperfeiçoamento do meu semelhante; se, efetivamente, terei cumprido a missão que me foi confiada.
Prestação de contas, será o prato principal. Do alto, o valioso candelabro das sete Virtudes. As sete guerreiras, fiéis combatentes da batalha de Prudêncio.
Todas, previamente, sabedoras das suas incumbências no julgamento:
A Luz da Castidade para verificar a simplicidade e a pureza dos meus pensamentos;
A Luz da Caridade para auditar se pratiquei ações generosas sem esperar a contrapartida;
A Luz da Temperança para mensurar o meu grau de autocontrole, de moderação, de abstenção;
A Luz da Diligência a procura da minha disciplina e motivação;
A Luz da Paciência, tão minuciosa, vendo minha serenidade e capacidade de resolver, pacificamente, os conflitos;
A Luz da Bondade para avaliar minha autossatisfação em amar sem egoísmo;
A Luz da Humildade para um espírito de auto-examinação. A coragem, do coração, necessária para se subjugar em tarefas que são difíceis, tediosas ou humilhantes e, graciosamente, aceitar os sacrifícios envolvidos.
Então, cumprido o ritual, serei apresentado ao ao Grande Arquiteto para o justo veredito.