Pais Pós-modernos
Foi assim bem cedo que fora no salão daquele cabeleireiro que se especializara em cabelos de mulher e de homem quando há três décadas desistira da psicologia e fora fazer cursos nos salões de São Paulo. Ele tinha uma proposta para cabelos masculinos grisalhos mantendo a tonicidade e evitando as tinturas. Percebi que era um horário especifico só para homens naquela manhã.
Havia três indivíduos no salão. Um estava passando uma emulsão, o outro tonificando o couro cabeludo e o terceiro cortando o cabelo.
Aquele que chegara por último estava acompanhado de um menino. Logo deduzi que era seu filho. A criança ficou no sofá de espera e estava calmo brincando. Seu pai se dirigiu para a cadeira própria para tratar a cabeleira.
Dei conta das mudanças ocorridas no transcorrer do tempo e que a gente nem vai percebendo. Quando eu era criança meu pai mandava aquela senhora – nossa segunda mãe, que era também cozinheira, arrumadeira, babá e de mil e um afazeres, levar eu e meu irmão ao barbeiro cortar o cabelo à moda Príncipe Danilo. Ele nunca fizera ou faria isto: acompanhar os filhos em alguma atividade desta natureza; julgava que isto era tarefa feminina.
E ali estava aquele jovem cavalheiro com seu filho em um salão de beleza. Em outra ocasião lembro ainda de meu pai me ver chegar carregando nos braços meu filho que era novo e não aguentava, por ser muito novo, andar a distância que separava nossas casas. Ele logo reclamou mal eu entrara na casa, dizendo que nunca podia imaginar um filho seu carregando rua afora criança no colo. Os tempos mudam refazendo machezas.
Já nos anos dois mil o colega entrara na sala de espera espantado por ver homens no salão aparando as sobrancelhas. Estava abismado achando que isto era coisa medonha. Enquanto falava compulsivamente todos podiam observar a sua que acompanhava o tamanho de seu espesso bigode dando-lhe um semblante pesado. Não era um homem, mas dado a fartura de pelos no rosto parecia um lobisomem.
A moeda tem dois lados: se há no atual milênio o verso de homens menos neuróticos e despreocupados em demonstrar suas machezas; por outro reverso há muita infelicidade pela perda de referências: juventude sem limites com um “tudo pode”, pessoas drogadas sem perspectivas , mulheres masculinizadas e homens efeminados. É!
É a síndrome do pós-moderno.
Foi assim bem cedo que fora no salão daquele cabeleireiro que se especializara em cabelos de mulher e de homem quando há três décadas desistira da psicologia e fora fazer cursos nos salões de São Paulo. Ele tinha uma proposta para cabelos masculinos grisalhos mantendo a tonicidade e evitando as tinturas. Percebi que era um horário especifico só para homens naquela manhã.
Havia três indivíduos no salão. Um estava passando uma emulsão, o outro tonificando o couro cabeludo e o terceiro cortando o cabelo.
Aquele que chegara por último estava acompanhado de um menino. Logo deduzi que era seu filho. A criança ficou no sofá de espera e estava calmo brincando. Seu pai se dirigiu para a cadeira própria para tratar a cabeleira.
Dei conta das mudanças ocorridas no transcorrer do tempo e que a gente nem vai percebendo. Quando eu era criança meu pai mandava aquela senhora – nossa segunda mãe, que era também cozinheira, arrumadeira, babá e de mil e um afazeres, levar eu e meu irmão ao barbeiro cortar o cabelo à moda Príncipe Danilo. Ele nunca fizera ou faria isto: acompanhar os filhos em alguma atividade desta natureza; julgava que isto era tarefa feminina.
E ali estava aquele jovem cavalheiro com seu filho em um salão de beleza. Em outra ocasião lembro ainda de meu pai me ver chegar carregando nos braços meu filho que era novo e não aguentava, por ser muito novo, andar a distância que separava nossas casas. Ele logo reclamou mal eu entrara na casa, dizendo que nunca podia imaginar um filho seu carregando rua afora criança no colo. Os tempos mudam refazendo machezas.
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É a síndrome do pós-moderno.
Leonardo Lisboa.
Barbacena, 15/11/2017.
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