SUFOCO
Um dos quatro amigos, que eram vistos seguidamente naquele bar, na mesa do centro, levantou repentinamente da cadeira enquanto os outros três o observavam apreensivos, pois após erguer-se, o rapaz colocou as duas mãos no pescoço como se com elas pudesse puxar ou arrancar o ar que naturalmente não lhe saía e nem entrava dos pulmões.
A cena ficou mais tensa. O jovem apoiou um dos joelhos no chão, arregalou os olhos e passou a emitir grunhidos horríveis. Atentos ao seu engasgo, todos os ocupantes das mesas que cercavam a mesa do centro agora acompanhavam a agonia do sujeito perplexos com o desenrolar daquela situação assustadora.
Passado o primeiro momento de apatia causado pelo susto, os frequentadores do bar resolveram interceder e ajudar o rapaz que agora já estava com os dois joelhos no chão. Mas ao se dirigir de encontro ao agonizante a plateia, acomodada nas demais mesas do recinto, é interrompida pelo berro de um dos outros três amigos que ainda permaneciam sentados:
- Já sei! É da Alcione! Sufoco!
E sem entender nada as pessoas escutam a resposta, do até então moribundo:
Acertou! É essa mesmo! Sufoco da Alcione!
Nos dias, meses e anos que se seguiram, raramente algum dos quatros amigos foi visto naquele bar, na mesa de centro.