SEMENTES DE ESPERANÇAS
SEMENTES DE ESPERANÇAS
“O amor e o perdão são dois atributos dados pelo Pai Celestial, ao homem carnal, mas o ser humano em sua interioridade deixa reinar a maldade, a perversão e o amor a si próprio”. “São meios materiais que o fazem agir como animais irracionais, mesmo sendo possuidor de um corpo espiritual”. (Antonio Paiva Rodrigues).
A violência tem sido debatida em todos os pontos do orbe. Têm causado certa aflição e preocupação as pessoas. Muitas se tornam pusilânimes, diante de inúmeras atrocidades. Indagamos com determinada veemência: a violência atual pode ser comparada com a da época de nossos antepassados? Como poderemos chegar a um denominador comum, se as próprias escrituras, ou livros sagrados de diversas religiões estão repletos de atos violentos, cujo incentivador é o próprio homem! Na Bíblia, livro sagrado do cristianismo está explícito o primeiro assassinato, onde um irmão mata o outro por inveja e para agradar a Deus. Adão e Eva, depois da expulsão do paraíso tiveram que formar sua descendência e tiveram dois filhos, Caim e Abel. Caim matando Abel, o código disciplinar do mundo teria sido desobedecido. Caim, mesmo com a prática do crime foi abençoado por Deus, que lhe colocou um sinal para que ninguém o intimidasse. Por quem? Se só existiam eles e o próximo filho de Adão e Eva tinha sido do sexo masculino e chamado Set. Caim segui para a cidade de Node, onde conheceu sua mulher e formou a sua geração. Um elo da história foi quebrado nessa assertiva. A violência não parou, continuou ao longo dos relatos da Torá, que são o Pentateuco mosaico. Moisés, no Egito assassinou um soldado e teve que fugir e formar seguidores a busca da Terra prometida. Foram 40 anos de sofrimentos e dores, mas ao subir ao Monte Sinai para receber as Tábuas da Lei de Deus, onde passou 40 dias e quarenta noites, seu irmão Josué, pensando que Moisés não voltaria mais resolveu construir um bezerro de ouro e fazer uma festa profana, onde foram consumidos vinhos e carnes de várias espécies e tendo como ponto alto a luxúria. Moisés regressa com as Tábuas e notando toda aquela heresia resolveu acabar com a festa e destruir o famoso bezerro. Depois de amainada a situação a pena foi à execução de 3.000 seguidores, como pena capital pela desobediência as ordens de Moisés. Este é mais um sinal de violência e está implícito na Bíblia. Aliás, a Bíblia está repleta de fatos violentos como especificam o Velho e o Novo Testamento. Até Cristo que veio pregar a paz foi vítima dela e todos os seus seguidores na época. Nos dois mil anos da humanidade, os desmandos do cristianismo foram danosos e extensos, até caça as “bruxas” e aos “hereges”, foi intensa. A inquisição, colonialismo, escravidão e inquisição, o apoio às ditaduras européias e sul-americanas teve seu ponto forte. Outras violências como a pedofilia, a pornocracia, fato em que mulheres de má fama influenciavam na vida do papado e na pública.
Intriga, homicídios, e o caso inusitado da papisa que com roupas masculinas subiu ao trono de São Pedro. Tendo sido descoberta a fraude, visto que a mesma caiu em procissão e ter entrado de imediato em trabalho de parto. O abuso do poder católico foi demoníaco, são os horrores bíblicos em que os livros de História não falam e se calam para sempre. A religião monoteísta comoveu ao mundo, porém todos esses fatos passaram e os fiéis sempre estavam na condição de neófitos ou leigos. Jesus e outros pregadores realmente achavam que Deus, ou um enviado seu, desceria a Terra e criaria um novo ordenamento político-social, virando do avesso o que nós hoje chamamos de “relações de classe” - Os primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros. Os discursos de Jesus tinham evidentes implicações sociais. Ele exaltava os desfavorecidos, os estropiados, os pobres e miseráveis, falava para pessoas que os judeus conservadores consideravam “intocáveis”: coletores, pagãos, samaritanos, adúlteras. Os samaritanos eram odiados pelos judeus. Saulo de Tarso, chamado Paulo na Cicília era ao mesmo tempo judeu e seguidor dos fariseus, discípulo do grande mestre Gamaliel e cidadão romano desde o nascimento. Perseguidor convicto dos cristãos aprovou o apedrejamento do primeiro mártir, Estevão. “Iluminado na estrada de damasco, se converteu, galgando pontos até obter o título de “apóstolo”, Paulo teria sido o inventor do cristianismo, aquele que deturpou os ensinamentos do profeta judeu Jesus e os transformou em uma religião universal”. Constantino nasce em Mesia, hoje a atual Sérvia, por volta de 234. Filho de Constantino Cloro e Flávia Helena, concubina de Constancio, um oficial de carreira e uma albergueira eram as profissões de seus pais. É longa e muita atribulada a história de Constantino. Constantino morreu em 337. Só foi batizado às portas da morte, por um bispo ariano. A Igreja Ortodoxa até os dias atuais o venera como santo. Participou de várias campanhas militares durante a juventude, por determinação de Diocleciano, que criou o primeiro título de (César) - (vice-imperador) e em 305, criou outro título, como o de “Augusto” (imperador pleno). Datas importantes de sua época: 311; 313; 314; 323-324; 325; 326; 330; 337. O Concílio de arnês, Concílio de Nicéia, o primeira da Igreja Católica, criou o dogma da Trindade, a origem divina de Cristo, a condenação à heresia ariana, manda matar seu filho preferido e primogênito Crispo, concebido de uma concubina, e, em seguida, a mulher Fausta, condenou a morte Licíniano, filho de sua irmã Constancia e de Licínio, transferiu em 330 a capital para a cidade grega de Bizâncio, depois rebatizada de Constantinopla. Criou uma segunda Roma com um mesmo número de palácios, um Senado e direitos iguais aos cidadãos romanos, morreram em 337.
Em 314 foi criado o Conselho de Nicéia e as heresias, a legitimação da autoridade na Igreja não vinha mais de baixo para cima, mas de cima para baixo. Na sua época sucederam-se muitas batalhas com inúmeros mortos e feridos, arianos e niceianos eram perseguidos. O cristianismo militarizado – Jesus ensinava a “dar a outra face”, a “amar os próprios inimigos”, mandou Pedro devolver a espada à bainha e o reprovou: “Quem com a espada fere com a espada perece” (Mateus, 26,52). Alguns Cristãos enfrentaram o martírio por se recusarem ao serviço militar, como Maximiliano em 295, declarou: “Não me é ilícito prestar serviço militar, pois sou cristão”, e foi decapitado. O Concílio de Arles, de 314, excomungou os Cristãos que sumiram em tempo de paz. Durante o reinado de Teodósio I, ao contrário, foram excomungados os relutantes e desertores. Ele proibiu em 392, todos os sacrifícios e cultos pagãos, fossem públicos ou privados, sob pena de confiscar os locais e terrenos em que eram realizados. Em 381, por um decreto imperial, “Cunctus Populos”, criou a Igreja católica apostólica romana, através do Concílio de Constantinopla I. Sobre ela o Apocalipse adverte a todos quantos almejam a salvação: “Sai dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos”. (Apocalipse 18:4). Outras datas ficaram na história com: a caça aos hereges, o arianismo depois de Constantino (Concílio de Sárdica (Sófia) em 343), os bispos pedem a cabeça dos hereges, a heresia nestoriana e o concilio que terminou em rixa. Em 431, o Imperador Teodósio II convocou um concílio ecumênico em Êfeso para dirimir a questão, a heresia monofisista e o “latrocínio de Êfeso”, os paulicianos e os bogomilos movimento dualista que surgiu nas primeiras décadas do século X e que ganhou este nome em homenagem às profecias do padre búlgaro Bogomil. Datas que marcaram a violência da Igreja: As armas, a política e o dinheiro; as armas de Pilatos, a política de Caifás e o dinheiro de Judas. Constantino ofereceu quatro presentes de grego para a cristandade: uma igreja mundana, o domingo como dia do Senhor, o Dogma da Trindade e a festa do Natal.
Em 1215 – São domingos de Gusmão, de nacionalidade espanhola, era tido como um dos mais fervorosos inimigos dos mouros, judeus e protestantes. Estes últimos tiveram o rebanho deveras reduzido, devido à matança de 60 mil deles, exterminados como hereges por se oporem a rezar o terço, imposto à força pelo referido chefe do catolicismo. A Santa Sé, reconhecendo os seus méritos, resolveu então canonizá-lo como santo. A Igreja Anglicana Episcopal, fundada pelo rei da Inglaterra, Henrique VIII, pelo “Ato de Supremacia Régia”. Obcecado pela paixão, casou-se oito vezes, mandando executar sete de suas ex-esposas. Já na Igreja Anabatista que teve sua origem na suíça em 1522, a partir dos ensinos de Ulrich Zwinglio (1484-1531). Com ele as forças descontentes com Roma uniram-se para uma reforma na Igreja. O nome “anabatistas” significa “rebatizar-se”, pois muitos deles dos irmãos evangélicos estavam insatisfeitos com a reforma de Lutero, já que vários ensinos e costumes do catolicismo eram tolerados pelos seguidores do ex-sacerdote. Zwinglio contou com o apoio de um grupo de crentes sinceros, tais como Ecolampádio, Felix Manz (1498-1527) (morto por afogamento), Heinrich Bullinger, Conrad Grebel (1498-1526) e George Blaurock, conseguindo se impor contra os luteranos, que convenceram o imperador Carlos V, fervoroso católico, a massacrar os irmãos anabatistas. 100 mil foram mortos de uma só vez. Quer dizer, Lutero brigou com o Papa e depois com os próprios companheiros de reforma, como Calvino e Zwinglio. A Idade Média, a idade da desgraça. Justiniano massacrou milhares em nome da fé (527-565). Os revoltosos se reuniram num estádio, onde em vez do imperador, entraram os soldados do general Narsete, que assassinaram os presentes.
Calcula-se que 30 mil pessoas tenham sido mortas, pois eles não queriam ver mais mortes nas arenas. As violentas repressões aos rebeldes samaritanos foram mortas mais de cem mil pessoas. Houve repressões, o papa foi preso, a heresia monotelista, Os cristãos destroem imagens sacras, iconoclastia e muita gente pereceram nessa época. O período de Carlos Magno e seus crimes que também foram bárbaros, a pornocracia foi forte - no poder de Carlos Magno. As cruzadas: duzentos anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus, horrível. Vários papas fazem parte dessa triste história da Igreja Católica e muitos inocentes foram queimados vivos, degolados em nome da santa inquisição. A cruzada dos Mendigos; Os judeus e a Cruzada do Pato Sagrado; a cruzada dos Príncipes Cadetes; o massacre de Jerusalém, os reinos cruzados, a segunda Cruzada, A Cruzada que erraram o caminho, as Cruzadas das crianças; Outras Cruzadas – As Ordens cavalheirescas; os Templários; os Cavaleiros Teutônicos e a Batalha no Gelo em 1242; as Heresias Medievais; o Movimento reformista; os “pobres” hereges e os católicos; As cidades-Estado; Heresias Medievais; os Patarinos; os petrobrusianos; Tranquelmo e Arnaldo de Bréscia; os Cátaros; os Valdenses; as Páscoas Piemontesas; o exílio e o glorioso repatriamento; os stendigs e os franciscanos; Jacopone de Todi; Frei Dulcino e sua vida dedicada à igreja, foi queimado vivo, depois de um grande suplicio e ter tido seus órgãos genitais arrancados. Jan Huss, o Lutero da Boêmia; Joana d’Arc, bruxa, herege e santa; e a proibição dos cristãos de lerem a Bíblia. Vejam a própria religião metida em violência horrenda, dando apoio aos nazistas na guerra mundial, a morte misteriosa de Papa, A Opus Dei, organização milionária, foram anos negros do cristianismo. Como chegamos a esses fatos que não terminam aqui, continuam nos livros e se tem ciência pela pesquisa. Como nessa época não havia meios de comunicação, a violência não soava com mais insipidez. “Aconselhamos aos curiosos a ler o “Livro de Jacopo Fo; Sergio Tomaf e Laura Malucci que terão um panorama mais esclarecido de como foram “os dois mil anos de Crimes em nome de Deus”, e o livro do conterrâneo Jeovah Mendes:” De Adão aos Nossos Dias”. Aqui nada foi inventado é o curso da violência que vem desde os tempos de Adão e Eva para os que acreditam no que está no Livro, até os dias atuais contando ainda com o holocausto das duas guerras mundiais, e milhares batalhas que foram travadas até hoje, e a violência continua. A guerra santa que de santa não tem nada, as guerras por interesses políticos, à violência urbana que vem apavorando a população. Essas sim têm o noticiário explícito da mídia causa medo e pavor à população das grandes cidades e do mundo. O que fazer? Não sabemos, mas podemos deduzir que o remédio para esse câncer neoplásico, ainda é educar o povo com dignidade, dando uma vida digna com emprego, comida, segurança e assistência médica.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE