De pai e avô
Poetas, mais um dia dos pais. Agora tem dia para todos, outro dia descobri que tem o dia do Padre, sacerdote católico. Assisti à homenagem de irmãs da "Ordem de São Camilo", ao sacerdote que ministra em sua capela, no "Pensionato São Camilo", um antigo mosteiro que abriga velhinhas. Se é o dia do Padre, seria o dia do Pai, pois, as duas palavras têm as mesmas raízes neo-latinas.
Em latim Pai é Pater, e a oração de Jesus, "Pai nosso que estais no céu", em latim começaria: "Pater noster qui est in Caelum"...
Procurei em um missal latim e português _ de quando eu tinha 15 anos que recém encontrei entre minhas coisas _ a oração em latim, para transcrevê-la aqui; mas ela se escondeu nas folhas finíssimas do missal de mais de 1000 páginas, e que ainda não aprendi a manusear.
Meu avô Moisés Rodrigues Alves falava grego e latim arcaicos, e quando com Monsenhor Fleury, cônego de Patos de Minas, que passava longos dias na casa de meus avós, em Araguari, conversavam nas duas línguas, o que lhes proporcionava grande prazer. E também a mim, a menina que caminhava escondida atrás deles... Eu gostava das sonoridades que saiam de suas vozes com lampejos de terracota.
Me ensinou a rezar em latim as orações o Pai Nosso, a Ave Maria; conversava comigo de igual para igual, e não de adulto para criança. Perdia comigo longas horas, e nos perdíamos juntos, em aventuras da língua portuguesa.
Bom... minhas divagações, e homenagem aos pais deste espaço, e às lembranças de nossos pais e avós.