NOVEL ACADÊMICO
Nesta próxima sexta-feira 18 a Academia de Letras de Campina Grande estará empossando mais um acadêmico. Trata-se de Rau Ferreira, que foi eleito para ocupar a vaga de Paulo Galvão, na Cadeira n. 35 cujo patrono é Silvino Olavo.
Silvino Olavo era poeta e nasceu em 27.04 1897, na Fazenda Lagoa do Açude, em Esperança. Em 1921 foi para o Rio de Janeiro, onde lá se formou em Direito e escreveu para alguns periódicos. Em 1924 publicou Estética do Direito e Cysnes, seu primeiro livro de poesias.
Retornando a Paraíba em 1925, liderou um levante em Esperança em prol da emancipação política, tendo escrito o discurso Esperança – Lírio Verde da Borborema. Passou a escrever no jornal A União, no suplemento Arte e Literatura, inaugurando sua contribuição com os comentários sobre Gritos do Silêncio, livro do escritor pernambucano Oswaldo Santiago.
Em 1927 publicou seu segundo livro de poesias Sombra Iluminada, mudando-se para Vitória do Espírito Santo. Retornando à Paraíba no ano seguinte, assumiu a chefia do Gabinete do Governo João Pessoa, vindo posteriormente a apresentar quadro de esquizofrenia, sendo internado diversas vezes na Colônia Juliano Moreira.
Era casado com Carmélia Veloso Borges, tendo uma única filha de nome Marisa, que viveu apenas 12 anos de idade. O poeta faleceu em 26.10.1969 em Campina Grande, tendo ainda escrito diversos poemas pelos quais eternizou sua musa Badiva.
Rau Ferreira é esperancense, advogado, membro do Instituto Histórico de Campina Grande, autor dos livros Silvino Olavo, João Benedito: o Cantador de Esperança, Banaboé Cariá: Recortes da Historiografia do Município de Esperança e tem publicado poesias, cordéis e artigos científicos e de cunho histórico em revistas e jornais especializados.
Rau é um grande estudioso de Silvino Olavo, possuidor de sua obra literária, que vem enriquecer o nosso mundo acadêmico. É um apaixonado pela obra desse poeta e, antes mesmo de passar pelos portais da Academia já estabelece uma relação de discussão literária com o escritor José Mário Branco, que também irá brevemente compor o quadro de nossa Academia.
Ao indagar a José Mário pelas redes sociais se Silvino Olavo é um parnasiano ou um simbolista, Rau Ferreira já dá o seu recado de que vem para realmente contribuir. Ele afirma que Silvino passeou por ambas as correntes, como se deduz que foi parnasiano em Cysnes e simbolista em Sombra Iluminada.
Diz José Mário que parnasianos e simbolistas partem de uma mesma plataforma e chegam a destinos distintos, porque usam retóricas diferentes. No caso de Silvino ele sente uma tendência simbolista porque vê na sua poesia “um constante pensar sobre a vida, seus fascínios, mistérios e complexidades”.
De fato, basta ler os versos de Cilício em Sombra Iluminada de Silvino para detectar as palavras de José Mário: “- Quando minh’alma era mais imperfeita/ e eu não sabia/ renunciar ainda a essa ânsia insatisfeita/ de cada dia/ meu claustro era mais triste e mais estreita/ a cela em que eu vivia/ - Minha angústia era um ai! mais estridente/ minha dor não vestia/ a indumentária leve e transparente/ dessa melancolia/ com que, a meia voz discretamente/ ela hoje se anuncia/ - Ah! O desejo é um vaso ardente/ de inquietude e de agonia”.
No Correio da Manhã de 14 de maio de 1924, na seção Letras e Artes, Climério da Fonseca apresenta o poeta de Cysnes dizendo: “Poesia é sofrimento. Todos os grandes poemas universais o indicam. E o Senhor Silvino Olavo soube aproveitar muito bem esse tom discreto de mágoa que o mundo e a meditação imprimiram no indelével recesso do seu ser”.
E Rau segue o mesmo caminho simbolista de Olavo, bastando ler esses versos em Tempos pra amar: “Ler.../ Reler.../ Aprender.../ Tanto por fazer/ e nada tempo dá/ Tempo. Tempo./ O que fazer?/ O que me dá?/ Dá-me tempo pra vida/ Dá-me tempo pra amar!”. A Academia de Letras de Campina Grande cresce com a chegada desse novel confrade.
Silvino Olavo era poeta e nasceu em 27.04 1897, na Fazenda Lagoa do Açude, em Esperança. Em 1921 foi para o Rio de Janeiro, onde lá se formou em Direito e escreveu para alguns periódicos. Em 1924 publicou Estética do Direito e Cysnes, seu primeiro livro de poesias.
Retornando a Paraíba em 1925, liderou um levante em Esperança em prol da emancipação política, tendo escrito o discurso Esperança – Lírio Verde da Borborema. Passou a escrever no jornal A União, no suplemento Arte e Literatura, inaugurando sua contribuição com os comentários sobre Gritos do Silêncio, livro do escritor pernambucano Oswaldo Santiago.
Em 1927 publicou seu segundo livro de poesias Sombra Iluminada, mudando-se para Vitória do Espírito Santo. Retornando à Paraíba no ano seguinte, assumiu a chefia do Gabinete do Governo João Pessoa, vindo posteriormente a apresentar quadro de esquizofrenia, sendo internado diversas vezes na Colônia Juliano Moreira.
Era casado com Carmélia Veloso Borges, tendo uma única filha de nome Marisa, que viveu apenas 12 anos de idade. O poeta faleceu em 26.10.1969 em Campina Grande, tendo ainda escrito diversos poemas pelos quais eternizou sua musa Badiva.
Rau Ferreira é esperancense, advogado, membro do Instituto Histórico de Campina Grande, autor dos livros Silvino Olavo, João Benedito: o Cantador de Esperança, Banaboé Cariá: Recortes da Historiografia do Município de Esperança e tem publicado poesias, cordéis e artigos científicos e de cunho histórico em revistas e jornais especializados.
Rau é um grande estudioso de Silvino Olavo, possuidor de sua obra literária, que vem enriquecer o nosso mundo acadêmico. É um apaixonado pela obra desse poeta e, antes mesmo de passar pelos portais da Academia já estabelece uma relação de discussão literária com o escritor José Mário Branco, que também irá brevemente compor o quadro de nossa Academia.
Ao indagar a José Mário pelas redes sociais se Silvino Olavo é um parnasiano ou um simbolista, Rau Ferreira já dá o seu recado de que vem para realmente contribuir. Ele afirma que Silvino passeou por ambas as correntes, como se deduz que foi parnasiano em Cysnes e simbolista em Sombra Iluminada.
Diz José Mário que parnasianos e simbolistas partem de uma mesma plataforma e chegam a destinos distintos, porque usam retóricas diferentes. No caso de Silvino ele sente uma tendência simbolista porque vê na sua poesia “um constante pensar sobre a vida, seus fascínios, mistérios e complexidades”.
De fato, basta ler os versos de Cilício em Sombra Iluminada de Silvino para detectar as palavras de José Mário: “- Quando minh’alma era mais imperfeita/ e eu não sabia/ renunciar ainda a essa ânsia insatisfeita/ de cada dia/ meu claustro era mais triste e mais estreita/ a cela em que eu vivia/ - Minha angústia era um ai! mais estridente/ minha dor não vestia/ a indumentária leve e transparente/ dessa melancolia/ com que, a meia voz discretamente/ ela hoje se anuncia/ - Ah! O desejo é um vaso ardente/ de inquietude e de agonia”.
No Correio da Manhã de 14 de maio de 1924, na seção Letras e Artes, Climério da Fonseca apresenta o poeta de Cysnes dizendo: “Poesia é sofrimento. Todos os grandes poemas universais o indicam. E o Senhor Silvino Olavo soube aproveitar muito bem esse tom discreto de mágoa que o mundo e a meditação imprimiram no indelével recesso do seu ser”.
E Rau segue o mesmo caminho simbolista de Olavo, bastando ler esses versos em Tempos pra amar: “Ler.../ Reler.../ Aprender.../ Tanto por fazer/ e nada tempo dá/ Tempo. Tempo./ O que fazer?/ O que me dá?/ Dá-me tempo pra vida/ Dá-me tempo pra amar!”. A Academia de Letras de Campina Grande cresce com a chegada desse novel confrade.