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Certas manhãs ainda acordo pensando que tenho que por a comida dele no prato fundo amarelo. Quando abro a porta dos fundos, vejo que não há sinal dele, nenhum cocô, nenhuma mijada na roda da bike do Vinnie, meu coração fica apertadinho, mas sei que Tato está por aqui sempre presente. Maldito hábito que faz o monge.
Está triste viver sem ele desde 22 de junho de 2017.
Com o Tato, não tinha que me preocupar com gatos invadindo o quintal, nem o jardim. Tato era o dono do pedaço e deixava bem claro para qualquer gato que tentasse botar a patinha no território dele.
Tato não era cão de raça. Ele era cão de caça. Pau para toda obra. Quando chove muito aqui em Joinville, as ruas ficam inundadas e depois que as águas abaixam, o lixo começa a surgir e os perigos também. Nem me preocupava porque o Tato dava conta em caçar os nojentos ratos. Tato era cem por cento 'Cachorro Raíz'.
Não sabe o que vem a ser um 'Cachorro Raíz'? Pois bem, esse tipo de cão vive no quintal de casa e mesmo tendo sua casa própria, ele nunca dorme nela. Se um estranho aproximar do portão de casa, ele avança. Deixa claro que está ali para proteger aquele lar e ai do intruso que entrar sem o consentimento do seu dono. O dono pode até vestir o cão raíz com um lindo suéter comprado no Pet Shop do shopping da cidade, mas ele vai estraçalhiar o agasalho em pedacinhos e depois dormir em cima. Ele aguenta o frio de boa e quando bate aquele calor infernal se joga na lama para refrescar. Esse tipo de cão odeio rojões, mas não se faz de medroso quando tem final de Brasileirão ou qualquer outro tipo de ocasião onde o povo solta fogos sem dó. Pet Shop? Ele desconhece, mas quando foge, sabe direitinho em que direção fica o açougue e quais casas da rua têm as cadelas mais poderosas. Se tiver sorte, consegue agarrá-lo umas três vezes durante o ano para lhe dar banho. Cão assim não dorme à noite porque sabe que precisa vigiar a casa. Ele cochila preguiçosamente durante o dia entre uma fuga e outra, ou depois de gastar sua energia literalmente pegando uma cadela na esquina. Quando andar pelo bairro, vai constatar que tem alguns cães mais novinhos que lembram muito o seu fiel amigo.
Pois é, tá na hora de eu arranjar um cachorrinho para proteger a casa e principalmente para me fazer companhia, mas o Tato será sempre 'unforgettable', assim como a canção do Nat King Cole.
Certas manhãs ainda acordo pensando que tenho que por a comida dele no prato fundo amarelo. Quando abro a porta dos fundos, vejo que não há sinal dele, nenhum cocô, nenhuma mijada na roda da bike do Vinnie, meu coração fica apertadinho, mas sei que Tato está por aqui sempre presente. Maldito hábito que faz o monge.
Está triste viver sem ele desde 22 de junho de 2017.
Com o Tato, não tinha que me preocupar com gatos invadindo o quintal, nem o jardim. Tato era o dono do pedaço e deixava bem claro para qualquer gato que tentasse botar a patinha no território dele.
Tato não era cão de raça. Ele era cão de caça. Pau para toda obra. Quando chove muito aqui em Joinville, as ruas ficam inundadas e depois que as águas abaixam, o lixo começa a surgir e os perigos também. Nem me preocupava porque o Tato dava conta em caçar os nojentos ratos. Tato era cem por cento 'Cachorro Raíz'.
Não sabe o que vem a ser um 'Cachorro Raíz'? Pois bem, esse tipo de cão vive no quintal de casa e mesmo tendo sua casa própria, ele nunca dorme nela. Se um estranho aproximar do portão de casa, ele avança. Deixa claro que está ali para proteger aquele lar e ai do intruso que entrar sem o consentimento do seu dono. O dono pode até vestir o cão raíz com um lindo suéter comprado no Pet Shop do shopping da cidade, mas ele vai estraçalhiar o agasalho em pedacinhos e depois dormir em cima. Ele aguenta o frio de boa e quando bate aquele calor infernal se joga na lama para refrescar. Esse tipo de cão odeio rojões, mas não se faz de medroso quando tem final de Brasileirão ou qualquer outro tipo de ocasião onde o povo solta fogos sem dó. Pet Shop? Ele desconhece, mas quando foge, sabe direitinho em que direção fica o açougue e quais casas da rua têm as cadelas mais poderosas. Se tiver sorte, consegue agarrá-lo umas três vezes durante o ano para lhe dar banho. Cão assim não dorme à noite porque sabe que precisa vigiar a casa. Ele cochila preguiçosamente durante o dia entre uma fuga e outra, ou depois de gastar sua energia literalmente pegando uma cadela na esquina. Quando andar pelo bairro, vai constatar que tem alguns cães mais novinhos que lembram muito o seu fiel amigo.
Pois é, tá na hora de eu arranjar um cachorrinho para proteger a casa e principalmente para me fazer companhia, mas o Tato será sempre 'unforgettable', assim como a canção do Nat King Cole.