O que nos resta é rir

Malu e Isabela era primas, daquelas amigas mesmo, que contam tudo uma para outra. Malu precisava de um computador novo e pediu ajuda a Isabela que logo se prontificou a ajudá-la na árdua tarefa de bater perna atrás de bons preços. Mas havia um problema, Malu e Isabela não estavam perto uma da outra, Malu estava em outro bairro, então Isabela que era a parte mais prática da dupla deu a ideia

- Vem pra cá logo pra gente resolver isso! Quanto mais você enrolar, mais tempo vai ficar sem seu computador.

Malu trabalhava, então sugeriu

-Tá, quando acabar aqui eu vou.

Quando Malu acabou seu trabalho já estava anoitecendo, mas realmente não podia mais adiar, precisava de um computador.

Malu diz que já está saindo, e Isabela se prontifica

- Ó, quando chegar arruma um jeito de me ligar tá bom?

Pra melhorar a situação, Malu ainda estava sem celular.

- Tá, eu procuro um orelhão.

Malu chega até o bairro de Isabela irritantemente no tempo que a prima havia programado. Na hora de procurar um orelhão, percebeu que quase nenhum funcionava. Depois de uns bons minutos batendo perna, Malu acha um orelhão.

- Oi, cheguei tá?

- Tá, você tá onde?

Malu nunca foi muito boa de localizações, olha em volta e diz

- Tô perto de uma igreja, do lado de uma farmácia.

- Tá, então, fica perto da farmácia Mais Saúde que fica ao lado do banco Central que eu te pego lá. O ponto tem bastante movimento, e eu ainda tenho que esperar uma pessoa, marca um dez que eu já tô chegando.

Malu olha em volta e percebe que a farmácia e o banco que Isabela havia falado estava bem ao seu lado, pensou consigo

- Não é possível que tenha outra farmácia Mais Saúde perto de um banco Central por aqui, seria muita coincidência, deve ser aqui mesmo.

Malu vê o tempo passando, olha em volta, a rua ia esvaziando, umas pessoas estranhas, meio mal-encaradas, figurantes de filmes de terror começavam a circular

- Olha que ela falou que a rua era movimentado hein! Magina senão fosse! ¬

Pensa consigo

O shopping que as duas iam fechava às 22:00, já eram 21:30 quando Malu liga de novo, e ouve Isabela do outro lado aflita

- Você tá aonde, garota? Tô te procurando igual uma maluca!

E Malu, sem entender

- Ué, tô do lado da farmácia, perto do banco, não era aqui que você tinha falado pra eu ficar?

- Era, mas em qual farmácia você tá?

- Ah, uma em frente a igreja!

- Caraca, eu disse pra você ficar na frente da farmácia na estrada! Você não reparou nada estranho nessa rua não?

- Ah, você disse que era movimentada, mas achei que hoje fosse um dia atípico.

- Putz, no concurso de lerdeza você é a jurada! Vai na direção da estrada, ali perto da estação, naquela esquina, que eu te pego lá.

Malu não consegue achar Isabela, que a encontra e grita do outro lado da rua

- Ô, garota! Eu não falei pra você me esperar na esquina?!

- Essa parte eu não ouvi!

- Igual você não ouviu pra você me esperar em frente a farmácia na estrada?

- É, como eu ia adivinhar que iam ter Duas farmácias Mais Saúde perto do banco Central por aqui?

- Sinceramente, nunca mais marco nada contigo quando você tiver sem celular! Tu é muito burra! Quase tive um troço achando que tinha acontecido alguma coisa!

- Olha que alegria, não aconteceu nada!

Responde Malu com o sorriso amarelo.

- Cara, a parte da estrada eu não ouvi, mesmo, a ligação tava péssima!

Tenta se justificar

- Hum hum, a ligação... sei. Só que essa parte era uma partezinha bem importante. Sinceramente, Malu, sinceramente, não sei o que que eu faço com você.

- Tá, não me faça me sentir pior do que já estou!

Isabela olha pra Malu e logo cai na gargalhada

- Cara, agora não adianta se martirizar, a cagada já tá feita. Ao menos você tem mais uma história pra contar. Taí, talvez essas coisas aconteçam contigo pra virar história, essa por exemplo, é hilária!

- É que nos resta né?

- Pois é, menina, rir é o que nos resta, sempre.

Diz, com ar de sabedoria dos anos a mais

- Você tem razão, pra variar um pouco.

Tamiris Pires
Enviado por Tamiris Pires em 12/11/2017
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