O CORAÇÃO COMO EXPRESSÃO

O CORAÇÃO COMO EXPRESSÃO

Estamos esquecendo de deixar que o coração fale por nós. E assim, estamos assumindo uma postura de insensibilidade, frieza, indiferença. O mundo dominado por manifestações que se distanciam daquilo que o nosso coração deseja expressar.

Pode ser que alguém diga, mas a paixão é irracional e nasce do coração. Eu ouso discordar, o coração não intui o que foge da razão. Ele é sentimento, emoção, resultado da consciência. Qualquer atitude fora disso, nada tem a ver com o coração, é influência do exterior. O coração faz vibrar a alma, reflete o que está na interioridade.

Tentamos muitas vezes enganar o coração, mas ele não deixa. Ele fala mais alto que nossa vontade. A consciência, por influência de informações recebidas, quer se fazer maior do que a afirmação do coração. A reação provoca um conflito interno.

Digo até que o coração é menos emotivo que o cérebro. Parece estranho isso, né? Um se faz presente no descobrir saberes, nem sempre verdadeiros, o outro se coloca como orientador de atitudes, impulsionando ações e reações. Prefiro me guiar pelo pulsar do coração, porque ele não sabe mentir.

Todo mundo já passou pela cobrança interior que faz a gente se sentir culpado pelo que fez ou idealizou fazer. O coração chamando a atenção do cérebro. Muitos deverão dizer: mas não é o contrário? O cérebro censurando o coração? Não, o coração como expressão é interpretação verdadeira do querer, do ser e do agir. Ele dirige, conduz, define o caminho da vida.

Nunca deveremos fazer ouvidos moucos à voz do coração. Ainda que digam que ele comete desatinos, há de se compreender que traduz o que está escondido no nosso íntimo. Utópico ou realista, falso ou verdadeiro, factível ou impossível. Não importa. O que vale é deixar o “coração como expressão”. Isso nos torna verdadeiros.

Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 11/11/2017
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