Jornada nas Estrelas

Numa época em que uma legião de cientistas talentosos e, acima de tudo, sonhadores, estavam profundamente imbuídos em levar a cabo a grandiosa missão estabelecida pelo presidente Kennedy: colocar um homem na lua antes do final da década (1970) e trazê-lo de volta à Terra em segurança, surgiu no planeta Terra uma série de ficção científica com um "salto quântico de imaginação", que faria até o próprio Einstein ficar de cabelo em pé. Star Trek chegou e trouxe em seu bojo a seguinte missão: "Ir onde nenhum homem jamais esteve". "Espaço, a fronteira final, essas são as viagens da nave estelar USS Enterprise, na sua missão de 5 anos, em busca de novos mundos, novas vidas, novas civilizações"...Quando o capitão Kirk pronunciava esse monólogo, os humanos deixavam de lado todas as suas limitações tecnológicas da década de sessenta e eram "teletransportados" para o século 23, na divisa entre o espaço e o Horizonte de Eventos de um buraco negro, e a grande saga da espécie humana prosseguia em sua "jornada", agora, sim: nas "estrelas"...

Reunindo uma série de "personagens do outro mundo", um capitão intrépido, rebelde e "metido à Don Juan", um oficial de ciências meio humano e meio alienígena de orelhas pontiagudas, e seu lógico e pragmático comportamento, que levava qualquer humano à beira da loucura, um oficial médico ranzinza, estourado e emocional, que detestava disciplina, protocolo militar e gostava de resolver as coisas à moda antiga, uma oficial de telecomunicações negra, bela e bem dotada de tirar qualquer alienígena do sério, um oficial engenheiro-chefe bem humorado e criativo, que com o seu "jeitinho MacGyer de ser", sempre encontrava, na "hora H", soluções miraculosas para salvar a nave de apuros inimagináveis, um piloto de armas japonês, exímio esgrimista e especialista em artes marciais, que mais parecia o "Nacional Kid" perdido no espaço sideral e um oficial de segurança russo, que nutria sentimentos saudosistas-patrióticos e alegava sempre que seus ancestrais inventaram tudo ( detalhe: numa época em que vivia-se o auge da Guerra Fria, americano e russo fazendo parte de uma mesma equipe ), Star Trek com os seus "Bancos de Phasers" implodiu os paradigmas sociais e mandou para a estratosfera todos os preconceitos, alavancando, assim, a diversidade como uma meta fundamental para a humanidade. Star Trek realmente foi onde nenhuma série de ficção jamais esteve...

A cada episódio da série maravilhas tecnológicas verossímeis pontuavam a trama das relações humanas vividas pelo seu comandante galanteador e por sua tripulação multirracial. É isso mesmo, o celular já estava lá, o smartphone já estava lá, o tablet já estava lá, o 3D já estava lá, o PC já estava lá, as portas com sensores de aproximação já estavam lá, os Scanners de tomografia computadorizada já estavam lá, o projeto genoma já estava lá, em plena década de sessenta, "desafiando a lógica" e instigando as mais brilhantes mentes do planeta a não se contentarem com o óbvio , pois é necessário sempre ter "espaço" para sonhar, para que um dia os sonhos mais extravagantes e absurdos possam sair do papel de rascunho, virem à tona e se materializarem. É quase impossível não se apaixonar por uma série que reúna tantos atributos, tão tipicamente humanos, mesclados a recursos tecnológicos futuristas de tirar o fôlego. Quando Star Trek chegou, a Terra nunca mais foi a mesma!

Esse "faroeste espacial" narrado no século 23 cativou não só o povão, mas também uma centena de milhares de cientistas que se declararam perdidamente apaixonados por essa série. Se Einstein estivesse vivo, com certeza seria um "Trekmaníaco assumido". O sonho de consumo de todo "nerd galáctico" é um dia sentar na cadeira de comando do Capitão Kirk. Vida longa e próspera para Star Trek, que ela continue levando a imaginação humana, além da fronteira do Cosmo, depois da estrela Alfa Centauro, lá onde Deus perdeu as digitais. E como diria o capitão Kirk: Senhor Sulu, mantenha o curso e a velocidade, e vamos por aí...