EM BUSCA DE RESPOSTAS
Era uma sensação estranha. Tão jovem ainda, muitas vezes ela parava as brincadeiras e ficava observando atentamente aquelas mãos trabalhando. Na verdade, ela queria pertencer àquele grupo. O que levava a isso eu não sei. Talvez fosse um misto de timidez, medo, um certo desânimo, apesar da pouca idade que tinha. Era insegurança...será? A menina de tranças longas observava, sem, no entanto, nada querer entender.
O tempo passou, a garota se fez mulher e nunca esqueceu aquelas mãos. Só não sabe ao certo se, na época, queria que o tempo avançasse para ela não ter que vivenciar tudo o que estivesse por vir ou se desejava pular rapidamente etapas da vida para poder logo se tornar como aquelas senhoras bem idosas que tricotavam, tranquilamente, nas portas das casas, em cadeiras de balanço, sempre nos finais de tarde.
A menina é hoje uma senhora também. Não faz tricô, mas escreve. As lembranças sempre são uma fonte de inspiração para ela...
(Glaucia R Lira)