COMPREENDE (Phellipe Marques)
Compreende o que me lê e volta sua alma ao não conformismo sobre as coisas da vida comum.
Compreende aquele que pureza tem e das experiências toma pra si a essência do não movimento.
Compreende esse coração o que se apronta viajante de quatro estações e num vôo de luz alcança o inalcançável, o sonho por muitos ansiado e por poucos conquistado.
Compreende o que chora no primeiro acorde, notas de mansidão que ao espírito se dão, sem desejo de retribuição, esperas e exaltação.
Compreende o que de surdo se faz perante a violência, a desumanidade e a ingratidão.
Compreende o que é luz em meio à escuridão e com um verso trata o mundo com poesia, amplitude e emoção.
Compreende o que ouve os sinais que ao redor estão, decodifica, musicaliza, poetiza e que, de agora em diante, no universo permanecem, no infinito estão.
Compreende aquele que se inquieta, turbilha em sentimentos e compõe a inquietude como se esta fosse seu primeiro e último ato de vida.
Compreende aquele que em silêncio grita por aurora, um sopro de inspiração e na ausência desta, entristece pela incapacidade de expressar o melhor de sua criação.
Compreende a minha visão aqueles que seguram essa mão e num olhar quase que divinal, sem atalhos de desamor, apego, egoísmo e deturpação, faz do exato instante do agora uma centelha de eternidade, de magia, de suave iluminação.
Paz.
Essência.
Compreensão.