CRISE
 
Estamos todos vivendo momentos muito difíceis no país. Há muitas pessoas sem empregos. O trabalho é uma das coisas mais importantes na vida de uma pessoa, pois através dele, nós podemos nos manter – compramos nossa comida e roupas, pagamos as nossas contas, plano de saúde e / ou medicamentos, nosso aluguel – se for o caso –  e também temos o nosso lazer. Sem dinheiro, não podemos fazer absolutamente nada. É através do trabalho que mantemos a nossa dignidade. Ele tem a ver com a nossa autoestima.

Penso que é muito difícil não saber o que nos reserva o dia de amanhã, embora, na prática, não o saibamos. Mas gostamos de fingir que temos um pouco de segurança e algumas certezas. Estar frente a frente com o totalmente desconhecido, apavora. Acordar de manhã cedo e não ter um trabalho, não ter um lugar para onde ir a fim de ganharmos o nosso dinheiro dignamente, é muito difícil. Passei por isto uma vez, mas felizmente, eu tinha alguém que me apoiava e me aconselhava nas horas mais difíceis. Muitos não têm.

O que eu aprendi, é que nenhuma crise dura para sempre; se hoje estamos mal, amanhã estaremos melhor. A vida é feita de ciclos, e embora isto soe como um clichê, é a mais pura verdade.

E quem sabe, um período de espera pode despertar outras habilidades e talentos escondidos? Vejo nas redes sociais as pessoas que estão descobrindo outros tipos de atividades, como a confecção de peças artesanais,  bolos, doces e roupas. Outras, estão experimentando diferentes formas de fazer um trabalho a fim de conquistar clientes.

Não sei quanto tempo esta crise durará; mas o importante, é que possamos manter nossas cabeças erguidas e usar a nossa criatividade até que ela passe. Desesperar-se não é a solução. Precisamos ter fé, precisamos continuar lutando com novas armas que precisam ser descobertas.

Também vale olhar para o lado e constatar que a nossa situação não é a pior – e isto não significa ficarmos alegres pelas dificuldades alheias, mas encontrarmos motivos para não reclamarmos tanto. Em tempos assim, nos esquecemos, muitas vezes, de agradecer pelo que ainda temos.

Um dia, a situação vai começar a melhorar – não sei quando, mas vai. 


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 08/11/2017
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