ASFIXIA DA CIDADANIA.
Não há sol quando as sombras negras da mentira e a compra das consciências desfilam em procissão de cinismo diante das cidadanias, e vence, ainda que episodicamente.
Na corrupta Roma houve um refrão que ecoa até nossos dias: “Até quando Catilina abusarás de nossa paciência?”
Quando os que deveriam merecer respeito e reverência, pois seriam representantes do povo, estão no pedestal da hipocrisia reiterada, dormindo sobre malas de dinheiro antes e depois de acumpliciamentos, e os que também participaram desse “butim” com os mesmos nomes continuam sua saga de deboche, buscando a mesma cadeira da subtração de direitos anteriores formalizada nos tribunais, claríssima.
Quando sob o pálio da insensatez e do desmando, com coragem e desassombro ainda pairam ameaças de mais gravames e supressão de direitos.
Quando tudo se inverte, muitos e muitos sob a mesma bandeira em causa própria em variados graus do poder, às claras, desimportante qualquer insurreição a um sistema perdido entre trocas e favores da mesma tribo em desfavor de todos,continuam o floreio indesejado, atinge-se a ruptura.
Ela acontece não só pela ocorrência institucional, mas pelos fenômenos sócias visíveis a todos, da saída do país até as predições de um futuro de nulidades, semeado o desemprego entre jovens e maduros.
Quando o poder mantido ao preço dos cofres públicos erodidos assume a face da soberba visível nos instalados em mando, que continuam indiferentes a tudo e todos, que manifestam repulsa pela sequência sem fim do pisoteio da cidadania, chegou-se ao fim.
Há um vento no horizonte soprando.