Confissões

Não era algo que eu planejasse pensar, nem sentir, ou um momento que eu quisesse viver, mas, vez em quando circulava por minha mente adormecida, como se no profundo penhasco pouco explorado existissem vestígios de sua memória, e, de repente sua presença era tão viva, que mesmo sabendo que sua aparência tinha se transformado com o tempo, eu ainda guardava comigo os traços mais detalhados de suas feições. Quando despertava daquele sonho quase real, ainda sentia exalar todos os sentimentos indecifráveis, como se fossem arrancados pelos poros da minha pele.

Meus olhos se abriam desejando voltar novamente para caminhar sobre aquele solo, visualizando dois pares de pés, ouvindo minha própria voz, dizendo palavras que jamais consegui unir e formar a frase que talvez fosse o desfecho dessa história que possa ter acontecido somente em meu particular. Esse paraíso que me visita em segredo traz de volta sensações que caminharam comigo por muito tempo, como uma sombra invisível. Tal coisa imprevisível e insensata nunca será vivida, e nem é digna de ser tão sonhada, porém está longe da minha compreensão saber o motivo de suas aparições.

E nos fragmentos dessa passagem, me veio como música sua confissão, não tão óbvia, o que mais me deixava em euforia e fazia correr mais rápido e quente o sangue pelas minhas veias, chegavam até a rasgar ao esperar essa onda de frases incompletas, nas entrelinhas, onde apenas uma única pessoa entendia, que houve recíproca, mas faltou coragem, que pelo avesso sentiu, mas mentiu, libertando seu fantasma de dentro de mim. Agora podemos guardar esse segredo, amor. Então você também me amou, mas preferiu o silêncio do que se aventurar em utopias.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 06/11/2017
Reeditado em 10/02/2019
Código do texto: T6164166
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