AGORA TROCO OS CADERNOS PELA HORTA
Um dia, pensando que seria definitivo, troquei a horta pelos cadernos e livros, a enxada por uma espada, que era desembainhada somente para ser perfilada e apresentar armas.
Pobre espada, que de sonho foi a realidade, nem sei onde ela anda, talvez num canto qualquer da dispensa e noutro da lembrança.
Outro dia ensaiei alguns movimentos com a enxada, como se ela fosse uma espada, quando tropecei num galho, a plateia não aplaudiu, muito menos vaiou. Eram dois sábias e um joão barreiro, que fazendo-se de alheios, nem davam atenção para o que eu fazia, mas de longe esperavam que eu me afastasse para ciscar as minhocas revolvidas pela espada-enxada. Disfarcei e afastei-me num kata desajeitado, como se a enxada fosse uma espada!
Não levo jeito, neste amontoado de anos, a destreza se foi, o melhor é alternar a leitura mateando e a capina, próximo aos pássaros!