COITADA DA MARTHA...
Gosto das crônicas de Martha Medeiros. Nem sempre partilho de seus gostos e opiniões, mas respeito sua arte. Mas, depois de assistir “Doidas e Santas”, baseado na peça baseada (SIC) em suas crônicas, fiquei pensando: como Martha, sempre defendendo o bom cinema e idolatrando Woody Allen e Pedro Almodovar em seus textos, sentiu-se defendendo um filme tão ruim, já que deve ter faturado uma grana legal com os direitos autorais?
O filme consegue ser pior do que as últimas comédias nacionais, já que não consegue nem ao menos ser engraçado. As atuações, as situações, o conjunto todo, parecem os quadros do Zorra Total, ou cenas da novela das dezenove horas. Não assisti a peça e li o livro há alguns anos, mas com certeza os dois primeiros são infinitamente superiores. O filme é uma sucessão de clichês, sem nenhuma atuação digna de destaque e sem nenhuma cena digna de aplausos. Eu adorava assistir a Maria Paula nos tempos do saudoso Casseta & Planeta, mas nesse filme a atuação dela é tosca, como todas as outras. Ruim, descartável e previsível, como boa parte das comédias nacionais dos últimos tempos. E com o agravante de nem ao menos conseguir ser engraçado.
Coitada da Martha Medeiros, sempre tão culta e politizada, sendo obrigada a defender um troço ruim desses. Coitado de mim, que paguei pela locação... menos mal que não assisti no cinema, pois o preço do ingresso anda caro e o filme não vale nem o preço da pipoca e do refrigerante.
Assistir um episódio reprisado do Chaves é muito mais engraçado. Na dúvida entre os dois, opte por um livro. Pode ser da Martha.