Este solo cinza,
                             Alguém nos pede socorro




Se quem escreve deve aberrar, se quem escreve tem que gritar, eu grito! Grito embora jamais seja ouvida. Eu nado no seco, procuro borboletas onde só existem gafanhotos. Que mundo ... Absurdo! Nem podemos rimar. - Não posso escrever alegria, não posso mostrar alegria, o meu sorriso se escondeu... É injusta a terra, que em sua riqueza esbanja fartura, se em algum lugar é seco, noutro escorrem rios e escorre no canto da boca o mel das frutas maduras. Injusto mesmo é o medo que domina o homem, que diante das suas dificuldades, por orgulho não pede socorro para fazer a poesia viver, é preciso ousadia para em meio ao inferno causado pela ganância, ainda assim sobreviver. É possível, neste solo em que habito semear uma verdade, no meio do sofrimento e da dor, da minha, da sua, pois todo poeta é triste, só em saber que a desigualdade social, existe. Existe muito mais o desamor. Precisamos colher bem os nãos, investir na felicidade e no verdadeiro amor. Como é ainda mais triste, falar em outono, em primavera, num barro seco pisado pelas aves famintas, bicando a flor, de cactos, tanto quanto das amoras, assistir os gados morrendo, as crianças secando, na terra quente, de estômagos vazios, mais triste ainda é ver morrer de fome o preconceito, do preconceituoso; Discrimina o ser humano, seja de onde for, geográficamente nos dividiram, nem assim deixamos de sermos irmãos, tanto faz ser nas principais cidades evoluídas, assim como no sertão. Este solo cinza que chamam de planeta azul, com urgência, necessita de caridade, Deus tenha de todos nós somente piedade, piedade de norte ao sul. Povo sem coração, que não sente a dor do seu irmão, não estão morrendo somente crianças, os idosos também, sem teto, sem esperança, sem alimento, neste mundo maravilhoso para alguns e para outros, sem solução.

_ Liduina do Nascimento




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Enviado por Liduina do Nascimento em 04/11/2017
Código do texto: T6161878
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