PRODUZIR, VENDER E... (VI) 9h36min. (Epílogo?!)

Finalmente tem início mais um Plano Econômico, nos primeiros meses de 1994, porque não dizer que a maioria do povo recebia com desconfiança, em face de outras decepções sofridas dos governantes anteriores. Não era para menos, pois havia uma novidade surpreendente: com a implantação da URV, - Unidade Real de Valor – os preços se modificavam diariamente e os salários também...

Há quem comente que quando FHC foi pedir apoio aos partidos, o PT, se negava a apoiar, pois dizia que era mais um plano eleitoreiro...

Certamente esta “confusa” transição afetava o comercio e a indústria, quando muito as indústrias, fornecia as mercadorias com o pagamento máximo de 15 dias, neste caso com a URV “congelada”, passamos a dar somente uma semana de prazo aos nossos clientes...

Finalmente, no dia 01 de julho de 1994, no Brasil começou para valer o novo Plano Econômico, com a nova moeda o real; os preços que tinham sido reajustados diariamente ao longo daqueles meses, tinham que divididos por 2.750, o parecia ser algo confuso; mas as coisas foram se acomodando...

O “pesadelo” da inflação, tormento dos governantes, parecia ter sido banido; é difícil se acabar com a cultura inflacionária “ir raizada” em nosso país há muitos anos... As coisas foram paulatinamente se “acomodando”, “caindo no real”, às vendas caíram assustadoramente, ninguém mais comprava a mais para se livrar dos novos preços...

Isto, praticamente afetou todos os seguimentos produtivos, bem como também a nós; vendendo bem menos, bem como o índice de inadimplência aumentando... Ai se começa a usar o cheque especial e a descontar duplicatas, com juros abusivos dos bancos, em que neste período os seus lucros aumentaram ainda mais, e isto está ocorrendo até hoje...

Em 1996, nossa situação se agravara, em face do pagamento de juros, - Cheque Especial e descontos de duplicadas avalizado, por um amigo, parcelamos nossos débito em 24 pagamentos, porém, havia um senão, todos os meses as parcelas eram reajustadas, conseguimos pagar somente doze, pedimos “socorro” a este amigo, - juiz – enviou uma carta ao banco fazendo a proposta de pagarmos tão somente R$8.000,00 reais, o banco prontamente aceitou...

No final do ano mencionado, demos entrada a nossa aposentadoria, que somente veio a sair em fevereiro de 1998; pretendíamos com ela pagá-lo mensalmente...

Praticamente, para contenção de despesas ficamos, ficamos “sozinhos”, com mais três vendedores, a filha passou num concurso público no magistério, fizemos um acerto com o nosso funcionário do estoque, isto com bastante pesar, pois estava conosco há 12 anos...

Neste meio tempo, ouve uma “lei” que as distribuidoras, não poderiam estar localizadas, no mesmo terreno da residência do proprietário; teríamos que sair pagar aluguel e contratar um farmacêutico, o que tornou o nosso pequeno negócio inviável...

No dia 30 de 1998 emitimos nossa última nota fiscal, pagamos todos os nossos fornecedores, embora com sacrifício; havia a pendência de alguns Impostos Federais, fomos até a Receita para quitá-los, perto de mil reais, quando fomos informados que teria que também pagar um valor sobre “estimativa de estoque”, que na ocasião passava de cinco mil reais; estávamos reformando a casa, e optamos por não pagar, mas tarde fomos informados que os débitos por ser de pouco valor foram “perdoados”...

Não deu para descansar muito, pois em seguida fomos divulgar as “Gotinhas da Saúde”, que o fizemos durante quase 19 anos, que é de conhecimento da maioria dos nossos prezados leitores (as)... Quanto ao amigo, acabamos o não o pagando, embora a dívida, ela exista em nossa coincidência... 10h32min.

Um bom final de semana aos nossos prezados leitores (as)

Curitiba, 03 de novembro de 2017 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 03/11/2017
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