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Terça-Feira, 31 de Outubro de 2017

     A opção de vida escolhida pelo ser humano nesse final do Século XX e início do Século XXI, promoveu uma guinada acentuada na direção e rumo daquilo que era processado até então. E não seria de se considerar nenhum exagero em afirmar que tal mudança se deu em cento e oitenta graus. Ou seja, tudo mudou radicalmente na vida de todos, a começar pelo aspecto moral e comportamental. Mas de um jeito, digamos, não tão positivo ao final.

    Traição matrimonial, bigamia, homossexualismo (pederastia), descumprimento das obrigações, desrespeito a tudo e a todos, inobservância dos limites nas ações cotidianas, enfim, uma série de coisas que até então não eram permitidas, aceitas ou fora da lei, são processadas cotidianamente por quase todo mundo, dando a entender que o mundo aproximou-se, se é que já não se transformou, em Sodoma e Gomorra. 

    Digamos que eu possua uma capacidade limitada para absorver tanta coisa que se dá no mundo e não consiga adaptar-me a ele, bem como não consiga digerir certas situações, mas para quem já viveu mais de seis décadas e atravessou tantas e muitas mudanças na vida e no mundo, não pode ser considerado uma anomalia, bem como um desajustamento.

    A conclusão que cheguei foi a de que buscou-se desvencilhar dos compromissos outrora definidos e determinados pela própria humanidade, através das leis, normas, regulamentos e afins, balizando as ações humanas, principalmente as maléficas e nocivas à sociedade. Enfim, a todos nós, buscando equilibrar os comportamentos em nosso convívio e cotidiano.

    A relação entre as pessoas anda de uma certa forma tão descontrolada, não sendo difícil tal percepção através da violência urbana. Mas que já vem da própria família, onde já não se respeita a nada nem ninguém e pode-se observar o número de ocorrências policiais e judiciais, que envolvem pais, filhos avos, com agressões mútuas entre todos.

    Também a escola já não tem a mesma performance que outrora. Professores e alunos já não mantém a mesma distância que havia antes. O desrespeito e a agressividade se acentua de tal forma, que vemos estampada na imprensa situações vexatórias, vergonhosas e fatídicas. E isso está acontecendo de forma mais assídua a cada dia que passa.

    E é de causar espanto quando se toma conhecimento de que existem especialistas comportamentais debruçados sobre essas temáticas. Porque não se resolve coisa alguma, a ponto de tudo parecer já ter saído do controle de todos. Mas também pode-se observar um fato: pessoas sem a menor condição, atuando onde não deviam e nem deveriam.

    Nesses tempos modernos, com as facilidades que se criaram, principalmente através das modernizações e da tecnologia, as pessoas também deixaram de aprender certas coisas, como era no passado. Então, como vivemos de forma mais fácil, não sabemos lidar com dificuldades quando estas se nos apresentam.

    Uma das coisas que me incomodam sobremaneira é ver o nosso país gerar tanta legislação inócua. E em todos os sentidos e planos. Mas que fogem àquilo a que deveria atender, precipuamente. E países milenares estão aí para nos servir de base para gerarmos regras comportamentais. Mas insistimos a pegar como exemplo a cultura mais atual, como se o antigo não representasse mais nada. Eis o equívoco principal.

    Continuarei apertando a mesma tecla que define e mostra a pseudo inteligência humana, porque a perda de rumo e de controle na humanidade, que se observa com facilidade nestes tempos modernos, não nos deixa outra opção. E bom seria que tal procedimento e ideia fossem equivocados, sem razão. Mas a realidade nos mostra que não. E isso nem é uma visão exageradamente pessimista. Não. É a realidade cristalizada de uma forma simples e clara, baseada nos acontecimentos desse nosso cotidiano atual.

     Do que posso sugerir a todos, diria que enquanto cada uma das pessoas estiverem voltadas única e exclusivamente para si mesmas, tal processo se estenderá para pior, sempre. E o raciocínio é simples: não se pode ser e viver feliz com tanta coisa errada ao nosso redor, bem como ver tanta gente em estado de penúria, como vemos em nosso dia a dia.

     E uma pessoa não deve deixar de observar tais coisas. O ser humano mais rico e feliz do mundo que pensa que é isso tudo, mas não percebe as coisas ao seu redor, está apto a usar uma camisa de força, sim. E urgente.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 31/10/2017
Reeditado em 31/10/2017
Código do texto: T6158072
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