Everyone Says I Love You *



 
Disse algumas vezes aqui, que não vejo TV. Trata-se de uma meia verdade. Por conseguinte uma meia mentira. Às vezes vejo o Chaves; futebol, principalmente o campeonato brasileiro vejo bastante, mesmo sabendo que o futebol é ópio do povo. De vez em quando vejo jornais, para passar raiva. Parece uma compulsão o desejo de estar com raiva! A grande mídia manipula, desinforma. Quer agir como partido político, pautar os governos. Qualquer governo. São lobistas poderosos. Alguns programas, bem que gostaria de ver com regularidade. Como provocações, apresentado por Antonio Abujamra. Com regularidade girando em torno de noventa por cento tenho visto o Se ela dança, eu danço, do SBT. Amo a dança. Houve um tempo em que eu frequentava o Elite **, só para ver os casais dançando. Uma beleza. Mas não sei dar um passo. O sonho de frequentar uma academia de dança foi sendo postergado. Lido bem com esta frustração, mas mantenho a esperança de um dia acertar o passo.
     Dia 28 de dezembro de 2011 a apresentadora anunciou que a Justiça proibiu a emissora de usar a frase-marca Se ela dança, eu danço. O Mc. Leosinho (acho que é esse o nome), detém os direitos autorais do título, que é uma canção de sua autoria.
   Esse fato me levou a refletir sobre os riscos, que nós, escritores, amadores ou profissionais estamos correndo. Conscientes ou inconscientes todos nós repetimos alguma frase em nossos textos, escritas anteriormente por alguém. Quem não escreveu, por exemplo, Eu te amo; minha pétala de rosa; olhos rasos d’água; e até completando coração cheio de mágoa? Ou o sol bronzeia a pele da amada; morena dos lábios de mel. E por aí vai... Pode-se alegar ser de domínio público. Será? Vai que alguém registrou, issebeenizou, patenteou, copyrighteou. Sei lá.
   Espero que o genial Woody Allen não me processe, por pegar emprestado o título de um de seus filmes, para escrever esta crônica.

Esmeraldas, 29 de dezembro de 2011



* Todos Dizem Eu Te Amo
** O Clube Elite, casa da década de 1940, foi reaberto por um grupo de amigos depois de anos de abandono. Totalmente reformado, agora o Clube é um lugar da cultura e da arte, resgatando e lançando o fino da bossa das vertentes brasileiras. Segunda gafieira, terça poesia, sexta forró, sábado dança de salão e no domingo samba. Muito samba de raiz, de BH, de Minas, do Rio, de Sampa, do Brasil.



Imagem: youtube

Parei definitivamente de ver TV