crônica de fim de noite
uma vez estava conversando com um amigo, ele me confessou que a mulher dele ficava muitos dias sem transar com ele, até ai, também já fui casado e conheço a dinâmica, mas ele acrescentou algo que fiquei estupefato, ela só dá se eu lhe der qualquer presente. Fiquei muitos anos com essa história, então meu outro amigo que nunca se casou porque gosta muito de transar (ele me disse essa frase outro dia), lamentou que não podia me encontrar pra tomar aquela cerveja semanal, porque tinha que ajudar um amigo que estava muito depressivo porque a mulher não queria mais dar pra ele. Herculano, mais que história louca, isso é pra deprimir? Herculano que entende da vida um pouco mais do que eu, respondeu? vou falar pra você, mas não posso falar pra ele, ela não gosta mais dele e ele de algum modo sente isso, e com seu jeito de sábio acrescentou que quando um homem quer transar com a mulher numa sexta, precisa começar namorar ela na segunda, elogiar, dar um beijinho de diferente, comprar um presentinho...então eu lhe interrompi, mas porque ele não separar dela? é que ele a ama. Foi uma resposta simples e direta, e é verdade, quando se ama é difícil separar e mesmo quando consegue, fica um azedo na alma durante muitos anos.
Mas voltando ao primeiro amigo, não passou muito tempo ele se separou da esposa, na verdade ele dizia isso pra se sentir um tantinho melhor, mas foi ela que o deixou, pois ela encontrou alguém que lhe dava não presentinhos, mas presentões, o cara tinha grana e ela não se fez de rogada, passou adiante a sua pedra preciosa.
Existem muitas interesseiras, oh, se tem e como tem! , já conheci algumas, convivi e até namorei. Se tivermos atentos percebemos rápido, a coisa só falha quando se apaixona pela mulher, porque a paixão esconde tudo, até um troço desse tamanho. A cerveja com Herculano
ficou pra semana que vem, ai vou saber do sujeito. Logo a própria vida lhe obrigará a separar da moça que ama, então ele vai ter que encarar o azedume de amor partido. Mas quem não tem amor mal resolvido? e mais, não serão esses amores que quebraram nosso narcisismo que nos devolve um pouco de humanidade?