NÃO JULGUE,APENAS OUÇA
Estava eu a perambular pelas ruas daquela metrópole.
Não conhecia ninguém e portanto tudo era diferente da minha pequena comunidade interiorana aonde conhecia a todos e cumprimentava a todos.
De repente ouvi uma voz gritando:Moço...moço...
Aquela voz não era estranha e ao virar-me vi um homem maltrapilho,barbudo e bastante debilitado.Cheguei perto e ele pronunciou o meu nome duas vezes,mas eu não o reconheci e ele disse o meu apelido na faculdade era metralha você não se lembra?
Por alguns instantes fiquei paralisado e logo o abracei fortemente pois eu estava diante de um grande amigo de juventude e de estudos.
Narrou-me os tropeços que sofrera na vida e eu lutei desesperadamente para demovê-lo daquela passividade,baixa estima e tristeza.
Depois de pagar-lhe um lanche não pude segurá-lo porque ali estava outra pessoa e não aquele metralha que eu conheci.
Tudo que me narrou era passível de levar qualquer um a se entregar e foi isto que houve com ele.
Hoje,já passados alguns anos,pergunto-me se não fui fraco por não conseguir resgatá-lo para a vida,entretanto,ao mesmo tempo,lembro-me dos momentos felizes que vivemos como amigos e isto de uma certa forma me conforta.
Viver parece simples,mas existem ,muitas vezes,enigmas que são indecifráveis.