Apressada feito prece de quem ama
Abaixei meus olhos e falei baixinho: que Deus me perdoe por esses momentos de fraqueza. Forcei as mãos no peito como se, apertando, o pedido ficasse mais sincero. Eu sabia bem o quanto era, mas andava num conflito entre as coisas que vinha desejando e as que Deus mandava.
Nunca me senti muito culpada por entrar nesses conflitos e talvez esse fosse um dos meus maiores pecados. Mas sempre preferi que meu relacionamento com Ele tivesse essa intimidade e podia usar o argumento que a criação era Dele. Assim me fizeste. Mas de fato eu havia fraquejado num acordo e meu pedido de perdão era real.
Não é fácil isso de aceitar e ser grata a tudo o tempo todo. Eu estou constantemente querendo entender o porquê das coisas, mas seguindo piamente ao menos dois dos mandamentos: não matarás e não roubarás. E disso Deus já tomou nota.
No mais, eu precisava daquele mini perdão. Meu peito doía por não entender como um tapete podia ser puxado tão fácil e por saber que todas as circunstâncias me levaram a ele. Mas eu disse que iria dar aquele passo mesmo ser ver o chão – fé. E cá estava, duvidando.
Fiz questão de me lembrar que sempre preferi fazer minhas orações chegarem até o céu, que esperar algo cair de lá bem no meu colo. Sorte é coisa com que nunca pude contar. Coloquei mais uma vez meus joelhos no chão e voltei-me para aquilo que em meu peito ardia: Deus, conserta de novo?
*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.
Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)