Está quase terminando! Sim, foi pesado, mas com certeza grandes lições foram aprendidas. Nada fica oculto para sempre podia ser o título para 2017, mas tantas outras coisas aconteceram e ainda estão acontecendo que nem sei se devo comemorar. A desigualdade é evidente, e quando bate aquela certeza que nesta vida não vou conseguir ter nem 0,00001 % de todos os bens que vi nos noticiários, claro que dá uma tristeza! Sem oportunidades, futuro promissor, direito a sonhos e grandes inovações. O que resta para nós, simples mortais?
O país está falido, moro em uma cidade dividida por um túnel, as rua do meu bairro são sujas, esburacadas, feias e maltratadas. Tem lixo pra todo lado, nem é culpa da empresa de coleta urbana, o povo coloca na porta de casa e os craqueiros espalham tudo. Muitas lojas estão fechadas, falidas, o mercado do bairro tem o básico porque eles acham que a gente não tem direito de provar um queijo mais requintado. Vivo num lugar feio, violento, ouço tiros quase todos os dias, ando com medo pelas calçadas e pra ser bem sincera quase não saio de casa. Quando vou para a zona sul parece cenário de filme, praticamente outro planeta muito mais limpo e organizado. Tudo bem, a violência está em todo lugar, mas um pouco de dignidade conforta.
E a zona oeste? A Barra é linda, avenidas amplas e todo tipo de comércio. A iluminação é clara e ilumina de verdade. Nossos postes aqui são abarrotados de fios e a luz amarela dá um aspecto soturno de filme de terror. Triste.Nem vou falar dos postos de saúde abarrotados de gente doente, sem medicamento e assistência.
O meu Rio de Janeiro está abandonado, eu estou aqui e preciso seguir em frente, o que eu espero em 2018? Sinceramente, mais saúde, força e coragem para continuar lutando como posso: com as palavras, e que elas possam servir para inspirar um coração a não desistir. Isso já me faz sentir útil.
O país está falido, moro em uma cidade dividida por um túnel, as rua do meu bairro são sujas, esburacadas, feias e maltratadas. Tem lixo pra todo lado, nem é culpa da empresa de coleta urbana, o povo coloca na porta de casa e os craqueiros espalham tudo. Muitas lojas estão fechadas, falidas, o mercado do bairro tem o básico porque eles acham que a gente não tem direito de provar um queijo mais requintado. Vivo num lugar feio, violento, ouço tiros quase todos os dias, ando com medo pelas calçadas e pra ser bem sincera quase não saio de casa. Quando vou para a zona sul parece cenário de filme, praticamente outro planeta muito mais limpo e organizado. Tudo bem, a violência está em todo lugar, mas um pouco de dignidade conforta.
E a zona oeste? A Barra é linda, avenidas amplas e todo tipo de comércio. A iluminação é clara e ilumina de verdade. Nossos postes aqui são abarrotados de fios e a luz amarela dá um aspecto soturno de filme de terror. Triste.Nem vou falar dos postos de saúde abarrotados de gente doente, sem medicamento e assistência.
O meu Rio de Janeiro está abandonado, eu estou aqui e preciso seguir em frente, o que eu espero em 2018? Sinceramente, mais saúde, força e coragem para continuar lutando como posso: com as palavras, e que elas possam servir para inspirar um coração a não desistir. Isso já me faz sentir útil.