ALIMENTAR É ELEMENTAR
Indiretamente o sol nos alimenta, nos alimenta de verde clorofila. Mas o sol também se alimenta e deve estar gordo de luz nesses dias de luz solar inclemente.
Segundo alguns gregos, como Demócrito de Abdera, o sol se alimenta de ambrosia. Não sei o queriam dizer com isso... talvez poesia. E como se sabe a poesia é a maior inimiga da filosofia. Quanto a mim, deve ser por isso que o suor escorre salgado (o sol nos rouba a ambrosia) por minha testa até os olhos: o sol é o diabo para os diabéticos. (Uma pergunta: como os gregos faziam ambrosia sem açúcar?)
Os astecas por sua vez, acreditavam que o Sol (o sanguinário Uitzilopochtli) nascia e se alimentava em seu círculo diário a custa do sangue de outros deuses. Na falta de outros deuses, se satisfazia do sangue de reles mortais. E esses, depois de servirem de alimento solar, se imortalizam e seguiam o séquito do Deus solitário em sua carrugem de fogo. Os deuses são uma objetivação do superhumano (dos sonhos de plena potência humana), como criam os gregos e racionalizava Ludwig Feurbach. O sol como um superhumano tinha também nossas necessidades básicas, como a alimentação e a fornicação. Mas numa escala olímpica, sanguinária e meio canibalesca.
Lá na roça o sol é o que nos obriga a procurar sombra, para quem não quiser rachar a mamona. Já para a natureza (se essa tivesse opinião) o sol irá desaparecer daqui a alguns bilhões de anos, em um fatídico colapso. O sol alimenta-se de si mesmo, num processo de autofagia. Um dia se esgotará com a luz perdida para o universo, e para nós. Perderá massa, já que a luz tem massa, diminuirá a gravidade, dilatará-se engolindo a terra e outros planetas, depois se desmonará por falta de força própria. Então não háverá mais luz solar. Só um buraco negro. O fim dele será "nosso" fim. Não teremos nosso alimento. Assim tudo não terminará em fogo, sim tudo vai acabar com a falta do elementar e alimentar fogo. Assim se instaurará o escuro absoluto... e o eterno luto.
Goiânia, 24 de outubro de 2017.
José Eustáquio Ribeiro
Segundo alguns gregos, como Demócrito de Abdera, o sol se alimenta de ambrosia. Não sei o queriam dizer com isso... talvez poesia. E como se sabe a poesia é a maior inimiga da filosofia. Quanto a mim, deve ser por isso que o suor escorre salgado (o sol nos rouba a ambrosia) por minha testa até os olhos: o sol é o diabo para os diabéticos. (Uma pergunta: como os gregos faziam ambrosia sem açúcar?)
Os astecas por sua vez, acreditavam que o Sol (o sanguinário Uitzilopochtli) nascia e se alimentava em seu círculo diário a custa do sangue de outros deuses. Na falta de outros deuses, se satisfazia do sangue de reles mortais. E esses, depois de servirem de alimento solar, se imortalizam e seguiam o séquito do Deus solitário em sua carrugem de fogo. Os deuses são uma objetivação do superhumano (dos sonhos de plena potência humana), como criam os gregos e racionalizava Ludwig Feurbach. O sol como um superhumano tinha também nossas necessidades básicas, como a alimentação e a fornicação. Mas numa escala olímpica, sanguinária e meio canibalesca.
Lá na roça o sol é o que nos obriga a procurar sombra, para quem não quiser rachar a mamona. Já para a natureza (se essa tivesse opinião) o sol irá desaparecer daqui a alguns bilhões de anos, em um fatídico colapso. O sol alimenta-se de si mesmo, num processo de autofagia. Um dia se esgotará com a luz perdida para o universo, e para nós. Perderá massa, já que a luz tem massa, diminuirá a gravidade, dilatará-se engolindo a terra e outros planetas, depois se desmonará por falta de força própria. Então não háverá mais luz solar. Só um buraco negro. O fim dele será "nosso" fim. Não teremos nosso alimento. Assim tudo não terminará em fogo, sim tudo vai acabar com a falta do elementar e alimentar fogo. Assim se instaurará o escuro absoluto... e o eterno luto.
Goiânia, 24 de outubro de 2017.
José Eustáquio Ribeiro