Lembrança litetrária de Cora Coralina
Um crioulinho nascido na senzala do quintal, um negro trabalhando de maneira escrava, tudo isso está na obra de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a nossa Cora Coralina. Acabei de ler uma seleção de poemas de Cora Coralina e fiquei atônito com tanta verdade na literatura da poetisa goiana, a maior literata do século XX. Cora Coralina com a sua obra sublime encantou muita gente do Brasil e do mundo. A nossa beletrista era autodidata no entanto fez uma obra que não deve nada a ninguém. Os seus contos são autênticos e deixam o bom leitor fascinado. Estórias da Casa Velha da Ponte tem um enredo sublime e uma verdade sem igual. Ela conta a história do mulato Campos Sales e outros assuntos fabulosos. Quando eu tomei conhecimento da obra de Ana Lins fiquei fascinado na primeira leitura que fiz do livro a Casa Velha da Ponte do Rio Vermelho. Não demorei a ler o Meu Livro de Cordel, onde encontrei o elogio feito por Cora ao nosso nordeste imenso. Dizia ela que tinha um lado cangaceiro porque o seu genitor era paraibano de Areias. A nossa poetisa foi e será o meu ídolo da literatura brasileira. Não escondo o respeito que eu tenho por Rachel de Queiros, ainda assim amo também a nossa literata goiana que merece o meu respeito e minha atenção de artista humilde, como ela foi. No meu livro de Cordel ela faz uma dedicatória aos poetas anônimos do Nordeste por ser ela também de sangue nordestino. Cora não tinha preconceito com o meu nordeste pobre, mas rico em toda espécie de arte. Já fiz mais de um soneto dedicado a nossa escritora e penso que ainda não paguei o respeito que ela tinha por todos nós deste nordeste artístico. Na minha humilde biblioteca, eu tenho uns seis livros de Cora Coralina e os leio sempre com prazer, por saber que estou lendo literatura boa e sincera. Carlos Drummond de Andrade foi quem deu nome à velha poetisa, e deu com muita razão porque realmente ela merecia. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, não morreu continua viva na mente dos seus leitores espalhados por todo este Brasil e pelo mundo inteiro. Eu sempre leio Cora Coralina, porque ela para mim tornou-se a minha musa inspiradora. Ela como eu, não teve formação, não foi doutora em coisa alguma entretanto foi uma grande contista e uma poetisa pura e uma senhora adiantada para o seu tempo. Eu deixo aqui a minha admiração pela nossa poetisa, figura que me fascinou bastante com a sua arte lídima e sensata. Entre todas as escritoras brasileiras Corlina tem um lugar reservado no meu coração de poeta pobre.