Crônica da adaptação
Aqui vai uma verdade sobre a vida:
O que queremos na maior parte das vezes, não é o que precisamos.
Estamos numa condição completa e absurdamente imersa no desejo.
Na frivolidade das questões materiais, e de apego emocional.
Que dê certo não leva ninguém a lugar algum. Jamais levou.
Fazemos planos, estabelecemos metas, ignoramos os sinais do universo, tão certos de que nossos anseios se sobrepõem as lições que precisamos aprender.
Traçamos rotas de um futuro promissor e favorável onde nada dá errado, e na maior parte das vezes é um futuro fantasioso, coberto de ilusões.
Não estou dizendo que não é permitido sonhar, mas peço atenção para que a ânsia do desejo não transforme sonhos em desperdício de tempo.
Em gasto de energia desnecessário. Numa âncora que impede o seu impulso de sair do lugar.
É preciso equilíbrio, e principalmente um senso forte de adaptação. Sofrimento é desperdício de energia.
Sofrimento é se negar a resiliência, é deixar-se percorrer em tempestades por pura preguiça e altas doses de medo de remar contra a maré.
Ignorar as lições da vida, é virar as costas para as oportunidades. O crescimento emocional e espiritual se dá não só pela dor, e para ser sincera a dor não deveria ser o único mecanismo de aprendizado. Porém quando a dor surge é infinitamente bela nas lições que se propõe a ensinar.
Deixo uma dica : Uma coisa é sentir dor, outra é afogar-se nela.
Sejamos então realistas, as dores se dão porque romantizamos tão humanamente nossa condição. A nossa existência não deveria ser tão dramática, somos o nada e o tudo, e isso deveria ser suficiente para que a vida seja traçada um dia por vez.
Tomemos então as rédeas da vida afim de poder seguir regras simples:
Ignore o apego
Não romantize os sonhos
E se adapte o quanto antes as curvas que surgirem no caminho
Nenhuma estrada é feita só de retas, nem todo atalho dá no lugar de origem, mas nada impede que você descubra e aceite novos caminhos.
Vida é estrada.