Noite Feliz
Difícil imaginar quem - neste nosso mundo ocidental, pelo menos - alguém que não se comova com a mais popular das cantigas natalinas, Noite Feliz.
No original, Stille Nacht, literalmente, calma noite, essa canção é originária da Áustria, da pena do Padre Joseph Mohr, que a teria escrito em 1816 e hoje é interpretada em pelo menos 45 línguas.
Mas não foi essa a canção que saiu da garganta pavaróttica do Padre João Emílio, o Padre João do Padre, na celebração de seus 50 anos de sacerdócio, por meio de jantar no Automóvel Clube de Belo Horizonte. Foi simplesmente uma cascata de músicas, italianas em sua maioria, com que o virtuoso e vigoroso religioso entreteve a platéia de atônitos conterrâneos e associados que lotaram o salão nobre da já vetusta, porém sempre altiva, sede de marcantes comemorações na capital dos mineiros.
Impecável a organização do evento, que nos trouxe até o Alcaide da Velha Serrana, o jovem Marcílio Valadares, e uma plêiade de gente da terra, e/ou ainda e sempre umbelicalmente ligada a ela, e a quem o Bom João brindou pelo poder de sua goela.
Tudo estava no mais rigoroso dos conformes, ao longo daquelas horas vividas em também (im)pecável trepidação, que ao cabo, até carnavalescamente animou o salão. E não faltou de João, a adesão.
Padres mais conservadores, ainda de nossa fresca lembrança, teriam visto profanidade em trajes e trejeitos naquele apêndice fundamental da festança, mas não o João que perdoa e abençoa por antecipação.
Et le tout Pitangui, se abraçou, suou, bailou, recordou, festejou ainda loas deu, neste fabuloso jubileu, a quem nos criou e a quem esse prodigioso João nos deu.